Carlos Lopes critica exclusão de candidaturas nas eleições guineenses
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Carlos Lopes critica exclusão de candidaturas nas eleições guineenses

Académico, professor e consultor internacional bissau-guineense, criticou no último domingo a exclusão de candidaturas às próximas eleições legislativas e presidenciais. Aludindo a vários países africanos, Carlos Lopes diz que essa exclusão tem por base argumentos jurídicos "obscuros".

Utilizando a rede social Facebook, Carlos Lopes publicou um pequeno texto ilustrado com as bandeiras de quinze países africanos que terão impedidos opositores de participarem nos atos eleitorais.

"Todos estes países africanos proibiram, recentemente ou nos últimos anos, os principais líderes ou partidos da oposição de disputarem eleições com base em argumentos jurídicos obscuros", começou por escrever, antes de concluir o texto, onde menciona subtilmente o nome da Guiné-Bissau.

Embora o texto não pareça, inicialmente, dirigido ao seu país, a parte final não deixa de ser esclarecedora: "Se não é uma tendência, não sei o que é... por isso, na Guiné-Bissau... (deduzam o resto)". Uma conclusão bem elucidativa.

Expediente para perpetuar Sissoco no poder

Previstas para 23 de novembro, as eleições na Guiné-Bissau viram excluídas várias candidaturas por decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Uma decisão que está a provocar grande indignação no país e incredulidade em vários parceiros internacionais da Guiné-Bissau, que veem nesta decisão um expediente para Umaro Sissoco Embaló se perpetuar no poder.

A título de exemplo, entre os excluídos estão a Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), que ganhou as legislativas de 2023, e Domingos Simões Pereira, o líder da coligação e o mais direto opositor de Sissoco. Mas, fora das eleições, está também a API-Cabas Grandi.

É a primeira vez na história da Guiné-Bissau que o partido histórico que lutou contra o colonialismo (o PAIGC) é excluído de uma corrida eleitoral no país.

Foto: Facebook/Carlos Lopes

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