
Desde o início do cessar-fogo, a 10 de outubro, resultante de um acordo entre Israel e o Hamas, o regime de Telaviv já lançou dois bombardeamentos massivos contra Gaza, matando mais de 100 pessoas.
Reincidente, o exército israelita voltou a violar o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos da América (EUA). O último bombardeamento aconteceu este sábado, 01, ironicamente na data em que os cristãos assinalam o Dia de Todos os Santos.
Na origem do ataque, segundo a alegação do governo israelita, estão os três corpos entregues pelo Hamas na última sexta-feira, 31, que não seriam de nenhum dos prisioneiros capturados pela organização palestiniana a 07 de outubro de 2023.
Segundo uma fonte na Faixa de Gaza, disparos e ataques aéreos do exército israelita foram ouvidos este sábado nos arredores de Khan Yunis, na parte sul do território. Mas ainda não há informações sobre eventuais vítimas.
Devolução de corpos
Dos compromissos subscritos no cessar-fogo, consta a devolução de todos os prisioneiros vivos e mortos a Israel, em troca de várias centenas de prisioneiros palestinianos. De referir que, em relação aos prisioneiros mortos, tal resultou dos próprios ataques israelitas a Gaza.
A partir da implementação do acordo de cessar-fogo, o Hamas libertou os últimos vinte sobreviventes que se encontravam em Gaza. E, a partir de 13 de outubro, iniciou a devolução dos mortos.
No entanto, a situação de destruição da cidade de Gaza, por razão dos bombardeamentos israelitas, antes e após o cessar fogo, atrasou a entrega dos corpos, levando o governo de Benjamin Netanyahu a acusar o Hamas de violar o acordo.
De todo o modo, o grupo palestiniano, até ao momento, entregou os restos mortais de 17 dos 28 reféns mortos. Mas, na manhã deste sábado, um laboratório forense informou que os três corpos entregues no dia anterior pelo Hamas, através da Cruz Vermelha Internacional, não correspondiam a nenhum dos prisioneiros, uma versão avançada por uma porta-voz do exército israelita.
Por sua vez, as brigadas Ezedin al-Qassam (o braço armado do Hamas) alegam dificuldades na identificação dos corpos, que se encontram entre os escombros e em adiantado estado de putrefação e, como demonstração de boa-vontade, propuseram entregar a Israel três amostras de vários restos mortais não identificados, antes da entrega dos corpos, o que não foi aceite pelo governo de Telavive.
C/ Brasil de Fato
Foto: Mohammed Baba/MSF
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