O presidente do conselho de administração da empresa de transportes públicos de passageiros, Sol Atlântico, Enrique Duarte, considerou hoje “eticamente reprovável” a possível saída dos seus condutores a serem recrutados para empresa do mesmo ramo em Portugal.
Enrique Duarte fez estas considerações, em declarações à Inforpress, quando convidado a reagir a este propósito, adiantando que, até ao momento, não receberam nenhum pedido de rescisão de contrato vindo dos seus condutores.
É que na manhã do dia 04 de Outubro uma delegação portuguesa esteve na Praia, após estarem no Mindelo a trabalhar no processo de recrutamento destes profissionais, tendo registado uma enchente de cerca de 400 condutores que foram tentar outra sorte.
“Ainda não temos entrada de nenhum pedido de rescisão. Para nós esta saída é estranha, não digo que é uma coisa ilegal, mas dado tratar-se de uma saída para uma empresa de mesmo género, acho que eticamente é reprovável”, frisou.
É que, segundo este responsável, contratar não é fazer como fizeram, ou seja, chegarem aqui e pegar os condutores formados com experiência e levar, advertindo que há que se fazer uma prospecção e exames.
“Mas se é legal não temos nada a opor, é somente a questão ética que eu coloco”, disse, alertando para as requisições que estão a ser feitas se estão a ser directamente realizadas por empresas ou se é por meio de algum intermediário ou “angariador”.
Apesar de ainda não receber oficialmente nenhum tipo de rescisão, confirmou que a Sol Atlântico tem os seus métodos de recrutamento, pelo que já lançou um concurso de recrutamento, como medida preventiva.
“Até ao momento nenhum condutor chegou para dizer que está a sair, mas eles são maiores, a decisão é deles, se é correcta ou não, se é melhor para eles ou não, não temos nenhum comentário a fazer”, disse.
Já pensando nesta saída certificou que esta empresa de transporte público da Cidade da Praia tem aberto um concurso para recrutamento de condutores, uma vez que caso perder os seus profissionais terá que repor, no mínimo, 30 condutores, ou seja, o mesmo número de eventuais contratados pela empresa portuguesa Auto Viação Feirense.
Recorde-se que no dia do recrutamento na Praia os demais condutores que se deslocaram ao local, sendo muitos vindos de outros pontos do País para tentar outra “sorte” ficaram “indignados” com a delegação portuguesa pelo “favoritismo” aos motoristas da Sol Atlântico alegando o factor experiência.
A Sol Atlântico, a mais antiga empresa do ramo no País, é hoje a maior empresa de transporte público a nível nacional e líder de mercado do sector na Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, que destaca como valores da empresa, a ética, transparência, honestidade e competência.
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