O ministro da Economia Marítima, Paulo Veiga, disse esta segunda-feira, 20 de janeiro, que o Governo está à procura de privados com capacidade para investir até 12 milhões de euros no único estaleiro naval do país (CABNAVE).
"A CABNAVE tem vindo a melhorar ultimamente, prevê-se um investimento entre os seis e 12 milhões de euros, dependendo do que se tencionar e os estudos vão indicar nesse sentido", disse o ministro à agência Lusa, a propósito do processo de privatização dos estaleiros navais, situados na ilha de São Vicente.
Paulo Veiga disse que o processo de privatização está a ser preparado pela Unidade de Acompanhamento do Setor Empresarial do Estado (UASE), do Ministério das Finanças, e o objetivo é encontrar um parceiro "com conhecimento e especializado no setor" para fazer esses investimentos necessários.
A ideia, prosseguiu o governante, é fazer com que os estaleiros possam ter "uma dimensão mais internacional".
"A CABNAVE carece de investimentos neste momento, carece de uma internacionalização, ou pelo menos regionalização, para captar mais receitas", sustentou Paulo Veiga, que espera que a privatização seja concluída ainda este ano.
"O objetivo é este, mas estes processos levam o seu tempo, às vezes há reclamações. Eu prefiro, quando o processo for lançado, ver todas as etapas para propor um prazo, mas temos como objetivo, concluir ainda neste mandato", previu o ministro.
O mandato do atual Governo de Cabo Verde termina no primeiro semestre de 2021.
Os estaleiros navais estão na lista das 23 empresas públicas que o Governo cabo-verdiano quer reestruturar ou privatizar até 2021, pretendendo arrecadar 90 milhões de euros.
Num processo iniciado há dois anos, a única privatizada até agora foi a companhia aérea TACV, em 51% à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.
O Governo cabo-verdiano também pretende vender ou concessionar empresas ligadas aos setores da água e energia (Electra), telecomunicações (NOSi e CV Telecom), portos (ENAPOR), aeroportos (ASA), produção e comercialização de medicamentos (Emprofac), imobiliária (IFH), correios, Escola de Hotelaria e Turismo, seguro (Promotora).
Um dos objetivos do executivo de Ulisses Correia Silva, suportado pelo Movimento para a Democracia (MpD), com as privatizações é aumentar a eficiência, produtividade e competitividade da economia e das empresas, criar novas oportunidades de negócio, atrair o setor privado, modernizar o tecido empresarial, reduzir o peso do Estado e da dívida pública na economia e defesa do património do Estado.
Paulo Veiga, que desempenhava as funções de secretário de Estado da Economia Marítima desde janeiro de 2018, assumiu na semana passada esta pasta ministerial, depois da saída, por razões pessoas, de José Gonçalves, que tutelava o Turismo e Transportes e a Economia Marítima.
A pasta do Turismo e Transportes foi assumida pelo economista Carlos Santos.
Com Lusa
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