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Operadores ilegais de TV ameaçam negócio da CV Telecom
Economia

Operadores ilegais de TV ameaçam negócio da CV Telecom

A administração do grupo estatal de telecomunicações Cabo Verde Telecom (CVTelecom) queixa-se do impacto de operadores ilegais na quebra da procura do serviço de televisão, criticando a inoperância das autoridades.

“O segmento de TV por assinatura registou, pelo terceiro ano consecutivo, uma queda na base de clientes, devido à concorrência de prestadores não licenciados e à expansão da penetração da Televisão Digital Terrestre (TDT)”, lê-se no relatório e contas de 2022 do grupo CVTelecom, a que a Lusa teve hoje acesso.

“No que se refere à pirataria, o grupo tem demonstrado sua insatisfação junto das autoridades competentes, mas, infelizmente, não se tem tomado medidas para pôr cobro à situação, à excepção da desactivação de algumas antenas parabólicas municipais”, acrescenta o documento.

Segundo o relatório e contas do grupo, a CVTelecom fechou o ano de 2022 com 5.965 clientes do serviço de televisão por subscrição (CV Multimédia), menos 5% face aos 6.280 em 2021.

O documento insiste que do lado do serviço fixo, nomeadamente na TV por assinatura, “mesmo com a entrada em funcionamento do serviço TDT, prevaleceram os problemas das ofertas irregulares do serviço de televisão”.

“Não tendo sido dado a devida protecção aos clientes e às empresas por forma a se garantir a qualidade e a disponibilidade de conteúdos legalmente entregues. Da mesma forma, a sustentabilidade de oferta de pacotes sem limites de Internet fixa começa a ser ameaçada com o surgimento de intermediários que, à margem de qualquer enquadramento legal, fazem a intermediação de ofertas residenciais para redistribuição em condomínios e outros”, acrescenta.

O presidente da CVTelecom anunciou na segunda-feira à Lusa, após a aprovação do relatório e contas de 2022 em assembleia-geral de accionistas, na Praia, que a fusão das três operadoras do grupo estatal de telecomunicações móveis e fixa, Internet e televisão por subscrição, avança em Julho, prevendo a baixa nos preços.

“A partir de Julho, para os clientes, nós teremos, muito provavelmente, uma redução dos custos dos serviços, porque teremos menos custos operacionais a suportar. Não só para os clientes, como para os accionistas, que poderão ver a sua margem de dividendos aumentar pela queda dos custos operacionais relacionados com a gestão das três empresas do grupo”, afirmou João Domingos Correia.

“Apesar das dificuldades do mercado, o grupo continua comprometido em trazer valor ao mercado, enriquecendo a grelha de conteúdos, através do lançamento de funcionalidades da TV interativa e empacotando o serviço com o restante portfólio dos serviços da empresa”, lê-se no relatório e contas, na mensagem da administração.

O relatório e contas também destaca, no acesso fixo à Internet, “a prioridade que foi dada ao investimento na rede de FTTH [fibra até casa, na sigla em inglês], tendo o investimento resultado em 5.300 casas passadas, atingindo assim uma cobertura de mais de 32 mil residências e empresas”.

“Os investimentos foram prioritariamente direccionados para os principais centros urbanos do país, com destaque para a cidade capital, Mindelo, Santa Maria, Espargos, Sal Rei e o início do ‘deployment’ na Assomada. Além de oferecer serviços de alta qualidade para o mercado residencial, a expansão da FTTH também permitirá oferecer soluções de conectividade e acoplar serviços que, de outra forma, não seria possível. Essa expansão também traz benefícios em termos de eficiência operacional e níveis de investimento a médio e longo prazo”, concluiu o relatório.

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