O ministro do Mar anunciou que as instituições marítimas cabo-verdianas estão a analisar “alguns pedidos” de empresários estrangeiros para a aquisição da bandeira nacional e investir na pesca industrial, “que faz falta ao país”.
Jorge Santos deu a informação ao visitar ontem, terça-feira, um atuneiro em manutenção nos estaleiros navais da Cabnave, e que é um dos interessados no pavilhão cabo-verdiano.
Propriedade de um empresário espanhol, a embarcação de 56 metros tem, segundo a mesma fonte, uma capacidade anual de captura de quase duas mil toneladas de atum e que já pesca há já algum tempo nas águas nacionais com bandeira, por exemplo, do Reino de Marrocos.
“Já está a solicitar também ser embandeirado cabo-verdiano. E é nesse quadro que nós viemos aqui visitar, porque nós, Cabo Verde, precisamos também de ter navios não só cabo-verdianos, como embandeirados cabo-verdianos, empresas cabo-verdianas também, para podermos entrar na pesca industrial”, explicou.
Para o ministro, a embarcação poderá ser uma das formas de fornecer as conserveiras do arquipélago, Frescomar e Sucla, e ainda todo o mercado interno e também para exportação.
Questionado sobre as condições para o embandeiramento, Jorge Santos asseverou que já está a decorrer, e tem de passar pelo crivo das entidades públicas certificadoras, entre estas o Instituto Marítimo Portuário e também a Direcção Nacional das Pescas.
Um processo que, acrescentou, não é único, uma vez que existem também outros pedidos a seguirem os trâmites legais.
“Isso nos interessa, ter esses navios em Cabo Verde, em vez de termos só navios que vêm pescar e vão, terem navios que estão cá”, enfatizou.
Confrontado, por outro lado, sobre o andamento da remodelação dos estaleiros da Cabnave, o ministro do Mar admitiu ser um processo “extremamente complexo”, embora já exista a decisão do Governo para as obras e ainda o financiamento garantido através do Global Gateway da Europa.
“Desde a substituição da rampa, a ampliação, a modernização de todo o parque oficinal, essa parte é importante. Portanto, estamos na fase de estudos e projectos. Logo que a fase de estudos e projectos estiver pronta, então já podemos falar na fase de construção”, enalteceu o governante, que disse ser só a partir daí é que se pode falar em prazos.
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