O ministro das Finanças, Olavo Correia, assinou hoje com a representante da União Europeia (UE) na Praia um acordo no valor de aproximadamente sete milhões de euros que, segundo ele, é um “acto de confiança” nas autoridades nacionais.
“É essa confiança que permitiu que a União Europeia respondesse de forma rápida e célere a uma situação de crise por que passa Cabo Verde em matéria da água e da seca”, afirmou Olavo Correia, acrescentando que o valor disponibilizado pela UE permite que o Governo possa intervir não só para que haja pasto para os criadores de gado, mas também para a criação do emprego e haver um país “cada vez mais resiliente”.
Para o governante, esta ajuda não é para se manter o “status quo”, pelo que há que “mudar o mundo rural, transformar a agricultura, assim como atitudes e práticas condizentes com a situação de país saheliano”.
“A seca é uma regra, a chuva uma excepção e todos nós temos que mudar o nosso “chip” para que possamos ter uma atitude condizente de poupança da água, do pasto e da adaptação da agricultura em função da realidade climática e também em função daquilo que poderão vir a ser as alterações climáticas no futuro”, precisou Olavo Correia.
Segundo ele, as câmaras municipais têm um “papel importante” na execução do programa que o Governo estabeleceu no quadro da mitigação do mau ano agrícola, “já que estão mais perto das populações e conhecem bem a realidade”.
Olavo Correia insiste em como os recursos colocados à disposição de Cabo Verde, no quadro do referido programa, têm que ser utilizados com a “transparência absoluta”.
Quem também se congratulou com a resposta rápida da União Europeia é o ministro da Agricultura e do Ambiente, Gilberto Silva, que agradeceu em nome do mundo rural o “gesto de solidariedade”, conforme suas palavras, “no momento em Cabo Verde precisa”.
Por sua vez, a embaixadora da UE na Praia, Sofia de Sousa, destacou aquela ajuda ao país como uma “tradução da parceria, do apoio e da relação de proximidade entre os povos da União Europeia e o de Cabo Verde”.
Na perspectiva da representante de Bruxelas na Praia, entre Cabo Verde e os países europeus existe uma relação de cooperação de há quatro décadas que, em 2007, se traduziu na celebração de uma parceria especial entre o arquipélago e a União Europeia.~
“Há uma confiança muito grande no povo e Governo de Cabo Verde, desde 2007 até hoje, e, quando nos foi feito o pedido de apoio a uma situação extraordinária, que foi o impacto de uma seca atípica nos últimos anos, entendemos que era necessário disponibilizarmos alguma verba”, explicou a embaixador Sofia de Sousa.
Instada sobre a forma como o montante vai ser disponibilizado, esclareceu que será de uma só vez e que acontecerá “nos próximos dias”.
Com Inforpress
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