O cabo-verdiano Alcindo Monteiro, agredido até à morte, em 1995, em Lisboa, foi hoje lembrado numa marcha contra o racismo e a xenofobia em Portugal, que lembrou as vítimas e pediu justiça.
O nome de Alcindo Monteiro foi colocado num círculo com 14 nomes de alegadas vítimas do racismo em Portugal, que foi disposto no final da marcha no Largo do Carmo.
Frente Antirracista (FAR), Movimento Vida Justa, SOS Racismo, Associação Desportiva e Recreativa “O Relâmpago”, Conselho Português para a Paz e Cooperação e a União de Sindicatos de Lisboa estavam entre as dezenas de organizações em marcha contra o racismo e a xenofobia em Portugal.
Na manifestação foram ouvidas várias palavras de ordem para lembrar que “muitas pessoas racializadas continuam a enfrentar violência directa e discriminação por parte de grupos racistas”
“Esta é uma chamada à acção de todos para que levantem as suas vozes pela luta anti-racista e defendam os direitos daqueles que são marginalizados e oprimidos”, disse a Frente Anti-Racista, uma das organizações promotoras da iniciativa.
Alcindo Monteiro foi assassinado há 29 anos, na Rua Garrett, depois de ser agredido por “supremacistas brancos” e há alguns anos que grupos anti-racistas promovem manifestações no Dia de Luta Anti-racista, a 10 de Junho, que é, também, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Alcindo foi “brutalmente assassinado” no dia 10 de Junho de 1995 por um “grupo de nazis fascistas” que andava pelas ruas de Lisboa, dia que o mesmo grupo fez mais de dez vítimas, “todas elas pessoas negras que estavam a andar na rua e foram atacadas”.
Em 2021, Miguel Dores lançou o filme “Alcindo” que retrata uma das noites “mais violentas e racistas de Portugal”, ou seja, 10 de Junho de 1995, contextualizando como era Portugal na década de 1990 e como as instituições, o Estado e as organizações trataram o assassinato de Alcindo Monteiro, vítima de racismo.
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