Pedaços da minha colheita
Cultura

Pedaços da minha colheita

Ao meu filho Mário Cardoso

I

Coisas da vida (!) Ponto. Não irei falar-vos da colheita de Jasmim. Jasmináceo! Sim, do meu filho que respondeu, assim, a uma provocação: Lamento pelo teu preconceito, ignorância, racismo…. Infelizmente, o diferente para ti é algo que nunca te foi ensinado a lidar e que o teu desprezo nunca deixou-te pensar por fora do teu “minucioso” mundo e dá pena! Nessa viagem em que as nossas vidas proveniente de ciclos tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais, em que o encontro desses meros ciclos fluem e transbordam conhecimentos que enaltecem a humanidade dentro de nós, porque não dar a mão a torcer e aprender. Talvez, esse ciclo não seja digno dessa enorme “nobreza” desse “minucioso” mundo teu!

Mas, o meu coração é puro filtra o mal que me desejas e a bondade que recebe ilumina num lugar para ficar e nunca mais sair e continuarei a ser “diferente” pois aí reside a Minh ‘alma!

II

Ó Mário, mas que fazer? Em tempos, como os nossos de falta de memória, de falta de pudor e da grosseira hipocrisia, valem-nos tudo até do mau hálito da boca. Valem-nos tudo também até a blogosfera, a metamorfose e a blasfémia. Não vale a pena se não como São Tomé quis ver para crer. Sabem pouco… sabemos pouco. Rejubilai! Porque somos deste mundo e d’Além. Mesmo que o mundo desabe sobre as nossas cabeças daqui a pouco.

(Ah, se eu fosse perfume pulverizava todos os homens por debaixo do sovaco!)

III

Lembrai! Da prosa dos “Vinte longos anos do Há Mar Há Terra” que respondeste dessa forma: “Pomar de palavras que enriquecem o meu conhecimento.” Quem sou Eu? Quem somos Nós? Balbuciei-me como quando Balzac se esqueceu da frase que ele próprio redigira ao Coronel Chabert: “Os homens são feitos de carne, sangue, apreensão e limite”.

(Ah, se eu fosse perfume pulverizava todos os homens por debaixo do sovaco!)

IV

Jasmim. Jasmináceo! Ponto. Não irei falar dos motivos outras porque as palavras nem são más e nem são boas. Acreditai! Que elas devem ser acarinhadas. Palavras ditas: sinto tantas saudades da nossa querida amendoeira. A amizade, nunca é nossa, se não for assumida capilarmente!

(Ah, se eu fosse perfume pulverizava todos os homens por debaixo do sovaco!)

V

Coisas do mundo! E ponto. Acreditai que diante do barómetro da dissensão, os discursos de Bushra Assad em que ele disse que ” sentiu o amor” de seu povo sugerem que ele está iludido ou está negando a realidade. Na verdade os incorrigíveis ditadores até ao prego final no caixão do Disse ou não Tenho dito, são todos uns eternos fabricantes de ilusões.

(Balbucie-se que é a paranoia de sentir o amor!)

VI

Dedicai! Agora, ao distraído e preconceituoso, o poema (O VENTO) do poeta Teixeira de Pascoaes, amarantino e herdeiro do Tâmega, em que ele versificara, assim: Sou a alma do Ar, o espírito do Vento…\ Habita no meu peito a alma da Tempestade. |Eu amo os vendavais, a loucura, a crueldade! E então, oferece-lhe o Ar, o Vento, a Tempestade, com vendavais, a loucura, e, a crueldade.

Abraços Papy

 

 

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