É a estreia literária do músico português de origem cabo-verdiana. Uma autobiografia emocional de um dos artistas mais reconhecidos da atualidade. Metade de um século passou sobre a independência da sua terra ancestral, altura em que seu pai já emigrara da ilha de Santiago para Portugal. A apresentação do livro acontece a 06 de outubro na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
“Cicatrizes”, uma coletânea de 80 textos, é apresentado na próxima segunda-feira, 06, pelas 18:30, no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, uma das mais prestigiadas instituições culturais de Portugal e do mundo. As honras da apresentação da obra estão a cargo de Rita Blanco e de Ângela Barbosa. A edição é da Penguin Livros.
Dino d’Santiago, nome artístico de Claudino Jesus Borges Pereira, estreia-se na literatura partilhando as cicatrizes que foi registando nas memórias escritas de uma vida de meio século que nem sempre foi fácil, antes pelo contrário.
Registos passados ao papel, durante as madrugadas, entremeados com a escrita de canções, no silêncio da noite, quando as reflexões encontram sempre bons ancoradouros. Foi o caminho que Dino encontrou para fechar feridas abertas na infância - por vezes, com episódios de grande crueldade -, num longo e complexo processo psicoterapêutico.
Com progenitores cabo-verdianos da ilha de Santiago, Dino nasceu em Portugal e cresceu no degradado Bairro dos Pescadores, em Quarteira (Algarve), um amontoado de barracas que viram o seu ocaso em 2011.
Autor do emblemático “Nova Lisboa”, onde interpretou com Madonna “Sodade”, a letra de Armando Zeferino Soares imortalizada por Cesária Évora, Dino d’Santiago tem novos projetos musicais prontos, com presença forte da lusofonia e do crioulo, destacando-se a ópera "Adilson" (por ele criada e dirigida), retratando a vida de um homem que vive há décadas em Portugal sem conseguir a cidadania, uma circunstância de recorrente atualidade. Uma mistura de música, teatro e testemunho social, abordando temas como a invisibilidade, a discriminação e a burocracia, num espetáculo estreado em setembro último, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Foto: Facebook / Dino d’Santiago
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