Traidores da Pátria!
Colunista

Traidores da Pátria!

Cabo Verde não pode continuar debaixo de um governo que endivida para gastar, não investindo no futuro. Os cabo-verdianos não podem aceitar um governo esbanjador, que não investe em setores estruturantes da economia do país e não garante o básico para a população. E é por isso que digo, sem rodeios: basta de traição! O povo precisa de despertar-se. O país precisa da verdade, justiça e liderança que sirva a nação e não se sirva do povo. Basta!

À primeira vista o título deste artigo pode parecer agressivo, exagerado, um tanto o quanto despropositado mesmo, mas não vejo outro nome mais adequado para dar a quem apoia, com laivos de ignorância, caciquismo ou cegueira mental, um governo que falhou com o povo e com o país em praticamente todos os setores de desenvolvimento nacional.

É com um forte sentido de responsabilidade, mas também com um profundo sentimento de pertença, que escrevo este texto para denunciar aqueles que considero os verdadeiros culpados pela situação crítica que o nosso país enfrenta, seja por cumplicidade, omissão, ou apoio implícito a um governo e um partido – o MpD - que em 10 anos de poder, criaram mais problemas do que solução, deprimiram o país e “negociaram” o que de mais sagrado existe numa nação – que é a sua capacidade reivindicativa, o seu senso crítico, o seu poder de indignação e a sua coragem para enfrentar o mal e lutar contra ela.

Esses são, sim, traidores da Pátria. O nosso país está num processo de degradação sem precedentes. O governo chefiado por Ulisses Correia e Silva falhou em todas as frentes e o sentimento prevalecente no seio da população é de retrocesso.

Efetivamente, Ulisses e a turma que chefia não souberam trazer a solução, tão prometida em 2016, já lá vão quase 10 anos. Já nas eleições legislativas de 2021, foi com muito custo que os cabo-verdianos aceitaram dar mais 5 anos ao MpD – talvez movidos pela compaixão, que é uma característica muito nossa – uma vez que estava claro na mente de todos que a governação ventoinha havia sido um fiasco nesse primeiro mandato.   

De recordar que, na ocasião, Ulisses aparecia feito um mendigo na comunicação social a pedir compaixão, choramingando e acusando a crise internacional, a covid e a seca, de serem os principais responsáveis pelos maus resultados da sua governação.

Certamente não terá convencido ninguém com as suas “oportunas” lágrimas, mas terá mobilizado a compaixão de um povo que é muito conhecido pela sua solidariedade e entrega ao mais coitado. E é um Ulisses coitadinho que nos foi vendido em 2021 pelo MpD no último semestre que antecedeu as legislativas.

Obtuso e um pouco adverso, para além de obscuro, nas aparições públicas para apresentar os resultados das suas políticas de governação, o que complica em certa medida a avaliação popular por insuficiência de informações – o homem comunica mal, não se sabe se propositado ou se fruto de alguma deficiência congénita – uma coisa porém está evidente: Ulisses e o seu governo são incapazes de enfrentar situações de crise para governar com competência e sabedoria, sendo, todavia, exímios na arte de vitimização para esconder as suas incompetências e culpabilizar terceiros por tudo quanto foram eleitos para fazer e não conseguiram, ou não souberam, fazer.

Se Ulisses e seus apoiantes fossem tão competentes na arte de governar como têm sido na arte de culpabilizar os outros, de desresponsabilizar e de esconder atrás dos cofres do Estado para viver no luxo e na opulência, Cabo Verde estaria hoje a galgar o estatuto de país desenvolvido.

Ulisses teve o mérito de impor ao país o maior governo de sempre – 29 membros - sem apresentar até hoje qualquer resultado palpável para o país.

Em 10 anos, continuamos a enfrentar sérios problemas ao nível dos transportes aéreos e marítimos. O abastecimento de água é irregular, sobretudo no mundo rural, onde escasseiam medidas de políticas públicas para o setor produtivo - agrícola e animal. Os homens e as mulheres do campo desconhecem os projetos deste governo para o setor primário da economia. E, já agora, aproveito este espaço para pedir ao governo no sentido de, caso esses projetos existirem, ao menos que os apresente ao povo do campo, quem sabe alguém terá alguma luz de como arranjar financiamento para os implementar, a nível privado.

O abastecimento da energia elétrica, para além de instável, é muito caro, comprometendo investimentos privados, a concorrência, e, logo, os negócios, o emprego, os rendimentos... numa palavra, o desenvolvimento.

Ulisses aumentou a dívida pública de 211,9 milhões de contos para 313 milhões, qualquer coisa como mais 101,1 milhões de contos. A dívida interna disparou de 63,5 milhões de contos para 117,3 milhões, ou seja, cerca de 54%. O consumo público aumentou de 36,5 milhões de contos para 50 milhões, representado um aumento de 73%. Grave? Sim! Porém, mais grave ainda é o facto de o investimento público ter reduzido de 54,5 milhões de contos para 48,9 milhões, representando um desinvestimento na ordem de 5,6 milhões de contos.

Há alguma explicação para isso? Penso que há e é esta: Cabo Verde está perante um grupo incompetente. Porque isto se não for incompetência, então é algo mais grave ainda, que é corrupção, traição, maldade.

São resultados inaceitáveis, sobretudo quando percebemos que é certamente este estado de coisas, é que está a provocar a fuga do nosso maior recurso – o capital humano, os jovens.

Cabo Verde não pode continuar debaixo de um governo que endivida para gastar, não investindo no futuro. Os cabo-verdianos não podem aceitar um governo esbanjador, que não investe em setores estruturantes da economia do país e não garante o básico para a população.

E é por isso que digo, sem rodeios: basta de traição! O povo precisa de despertar-se. O país precisa da verdade, justiça e liderança que sirva a nação e não se sirva do povo. Basta!

ESTE TEXTO É UM GRITO DE GUERRA. UM ALERTA. UM APELO À CONSCIÊNCIA PATRIÓTICA. PORQUE AMAR O PAÍS TAMBÉM É DIZER BASTA!

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