UCID considera “propaganda enganosa” a mensagem de Natal de Ulisses
Política

UCID considera “propaganda enganosa” a mensagem de Natal de Ulisses

Segundo o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática, o chefe do Governo e a sua equipa estão a prometer nestes últimos seis meses o que não conseguiram fazer durante mais de quatro anos de mandato. Para João Santos Luís, as propostas avançadas pelo primeiro-ministro para 2026 são “enganosas” e “propaganda eleitoralista”, feita em todas as ilhas “à custa do erário público”.

O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) caracterizou esta quinta-feira, 25, a mensagem de Natal do primeiro-ministro como “propaganda enganosa” em período pré-eleitoral, às custas do erário público. João Santos Luís fez estas considerações em reação à mensagem de Natal do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

Para o presidente da UCID, o chefe do Governo e a sua equipa estão a prometer nestes últimos seis meses o que não conseguiram fazer durante mais de quatro anos de mandato.

“Consideramos essas ideias avançadas para 2026 como enganosas, como propaganda eleitoralista” (…), feita “em todas as ilhas, à custa do erário público”, disse João Santos Luís.

O líder da UCID criticou o anúncio do aumento do salário mínimo de 19 mil para 25 mil escudos apenas em 2027, lembrando que o Governo rejeitou uma proposta do seu partido para elevar o valor para 23 mil escudos já em 2026.

Primeiro-ministro está a “gozar com os cabo-verdianos”

“Consideramos que o primeiro-ministro, ao anunciar que haverá aumento do salário mínimo para 25 mil escudos em 2027, está a gozar com os cabo-verdianos”, assegurou o líder da UCID, adiantando que a medida seria fundamental para reduzir a pobreza absoluta e melhorar as condições de vida dos trabalhadores.

Relativamente ao desporto, João Santos Luís congratulou-se com a histórica qualificação de Cabo Verde para o Mundial de Futebol, mas afirmou que o feito resulta, sobretudo, do esforço dos atletas e do apoio popular, não das políticas do Governo.

Quanto à economia, o líder da UCID rejeitou a ideia de uma “recuperação robusta” defendida por Ulisses Correia e Silva, o que, sustentou, “não corresponde em nada à verdade”.

O presidente da UCID alegou que o crescimento registado nos últimos anos assenta, essencialmente, no consumo, não se refletindo na melhoria das condições de vida da população, dando como exemplos o elevado custo de vida e o aumento dos preços no consumo.

Ainda segundo João Santos Luís, a promessa de construção de mil casas de habitação social, em 2026, é insuficiente para responder ao elevado défice habitacional do país e defendeu um reforço orçamental para a habitação.

Contraste entre indicadores macroeconómicos positivos e dificuldades reais da população

No plano social, o líder da UCID criticou o aumento da pensão social de seis para sete mil escudos, considerado aquém do limiar da pobreza definido por instituições internacionais, e propôs um valor mínimo de oito mil escudos para aproximar Cabo Verde dos parâmetros exigidos a países de rendimento médio-alto.

Por último, João Santos Luís considerou que o país vive um contraste entre indicadores macroeconómicos positivos e dificuldades reais da população, reiterando a necessidade de mudanças políticas após as eleições legislativas de 2026.

C/Inforpress

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