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O poder estrangulador da mágoa: construindo uma boa saúde mental. Uma análise psicológica
Colunista

O poder estrangulador da mágoa: construindo uma boa saúde mental. Uma análise psicológica

Quem não supera a mágoa será prisioneiro dela. Uma boa parte do desvio comportamental, com sinais de rebeldia, rejeição, oscilação de humor e depressão está em sua génese na mágoa não resolvida.

Nada como a mágoa para detonar a alegria e bloquear a felicidade. Saber ultrapassar tudo aquilo que tenta nos aprisionar, esmagando a nossa alegria, é crucial para não sermos manipulados e subjugados pela sua ação intrapsíquica. Temos a mágoa no sentido mais simples e a temos no sentido mais agudo e doentio.

A nossa saúde mental está muito ligada à nossa condição emocional e a condição emocional está estreitamente relacionada à mágoa. Quem a mantém como reserva ou "instrumento compensatório", sairá inevitavelmente em derrota. O equilíbrio emocional está intrinsecamente ligado à capacidade mental e psíquica da gestão da mágoa e tudo que afeta a nossa condição interna e psíquica.

Qualquer pessoa que deseja ter sucesso em todas as áreas da vida, deve precaver-se do bloqueio da mágoa e dos estragos que ela causa. Toda a nossa construção pessoal, familiar e profissional, deve ser em torno do que nós podemos ser com base em aspetos emocionais positivos e com relevo à superação dos entraves emocionais.

A mágoa pode gerar transtornos irreparáveis no decorrer da trajetória histórica e psíquica da nossa existência. É importante frisar, a felicidade não é uma construção de fora para dentro e sim de dentro para fora. Essa deve ser a nossa máxima comportamental.

Refletir sobre esse assunto existencialista, é fundamental. Em última instância ficamos à mercê e prisioneiros daquilo que nós mesmos construímos.

A construção e a aceitação consciente ou inconsciente da mágoa representam uma ação demolidora. O processo como a mágoa assume a sua forma inicial até avolumar do grau, deve ser observado com muita atenção. O que deve ser percebido é o ponto inicial, sem descurar do processo posterior. Em algum ponto da vida, todos nós já deparamos com questões que nos deixaram em baixo ou abalados emocionalmente. Um fato decisivo, é como podemos dar "a volta por cima" e prosseguir a caminhada. Quem não supera a mágoa será prisioneiro dela. Uma boa parte do desvio comportamental, com sinais de rebeldia, rejeição, oscilação de humor e depressão está em sua génese na mágoa não resolvida.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine