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A mente que não pensa
Colunista

A mente que não pensa

O principal legado intelectual e cultural de uma sociedade, são homens que pensam e que alteram as realidades. Está claro, que vivemos o tempo em que o pensamento filosófico e exaustivo de um modo livre e autónomo está num declínio vertiginoso. A sociedade menos culta, menos democrática, menos justa, é aquela cujo poder do pensamento e expressão livre é maniatada. A não cultura da leitura e da busca do conhecimento exaustivo, vem ocupando o lugar de diplomas vazios e mentes rudimentares.

A mente que não pensa é manipulada, atrasa o processo, dificulta o caminho e atrofia o desenvolvimento pessoal e coletivo. Todo o saber passa por um processo minucioso da crítica livre e da dinâmica da lógica e do raciocínio. O maior instrumento de desenvolvimento e inovações estruturantes, passa pela capacidade de pensamento e senso crítico livre. Toda a formação filosófica e da ciência, se desenvolve com base no pensamento e na crítica. A crítica faz parte de todo o processo de mudança. Onde não há pensamento crítico, reina a estagnação e controle exacerbado. Sem esse grande instrumento, o processo da construção humana e científica paralisam-se e se fecham em manobras circunstâncias. O domínio da autocracia de pensamento, de um etnocentrismo restrito, destrona a "razão pura", e esfacela o grau mais nobre da potencialidade do saber. Todo o processo de desenvolvimento tem como premissa o pensamento crítico livre e autónomo. A sociedade onde a racionalidade não exerce sua expressão permanente e profunda, haverá menos qualidade de vida, mais pobreza e mais desigualdade social. A força do pensamento crítico e livre, é gigante, na medida em que as respostas e os reflexos positivos serão percetíveis quando há esse instrumento em ação permanente.

Não há mudança sem a capacidade de pensamento crítico autónomo. Em liderança, saber pensar é fundamental, e responde os anseios mais profundos no espaço da mudança e da esfera transformacional. Pensar significa aprofundar no conhecimento, sair do comodismo e abraçar a ação sem medo de fracassar. Num espaço onde poucos pensam, o domínio e a pequenez de atitude tomarão lugar. A inércia e a falta de desenvolvimento vêm na bagagem e tudo que se quer alcançar será mais difícil.  Pensar renova, quebra preconceitos, gerando mudanças estruturantes.

O principal legado intelectual e cultural de uma sociedade, são homens que pensam e que alteram as realidades. Está claro, que vivemos o tempo em que o pensamento filosófico e exaustivo de um modo livre e autónomo está num declínio vertiginoso. A sociedade menos culta, menos democrática, menos justa, é aquela cujo poder do pensamento e expressão livre é maniatada. A não cultura da leitura e da busca do conhecimento exaustivo, vem ocupando o lugar de diplomas vazios e mentes rudimentares.

A cultura da crítica e do pensamento livre e autónomo, exercem um poder inequívoco contra quaisquer discrepâncias e ambivalências. Já não temos homens que pensam, tudo é plágio e um sistema fechado; onde o domínio impera e o saber é sucumbido. Terminar uma graduação é uma coisa, saber pensar é outra. Ter a predisposição intelectual, a inquietação pelo saber é uma tarefa onde o palco didático deve ocupar um lugar primoroso e relevante. Isto é, usar a mente em sua dimensão livre e profunda. Devo dizer, que uma sociedade sem profundidade racional e filosófica, não saberá o rumo e nem o processo das questões mais elementares da vida. E desta forma haverá retrocessos e domínios velados ou explícitos.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine