No passado dia 13 de janeiro, o país celebrou a liberdade e a democracia. A liberdade começa com a coragem de agir, de se unir e de acreditar que é possível transformar a realidade. Para haver mudança são necessárias a ousadia e a determinação de cada um de vocês, professor, professora. Não tenham medo de unir e exigir o que é vosso por direito. Acreditem que, juntos, podem criar uma nova realidade, onde a educação e os educadores sejam tratados com o respeito e a consideração que merecem. Este é o momento de levantar. Não deixem que a desesperança e o conformismo sejam as únicas forças a guiá-los. O futuro da educação no país depende da coragem e da ação de todos vocês.
Tenho acompanhado, com grande preocupação, a situação dos professores do ensino básico e secundário em regime de prestação de serviço na Ilha de São Nicolau, que estão sem receber salários há quatro meses. Esse cenário é não apenas triste, é também alarmante, pois afeta diretamente a dignidade e o bem-estar de profissionais que desempenham uma função essencial para a sociedade.
É impossível não imaginar o estado emocional e psicológico desses professores, que sem uma remuneração justa e regular, enfrentam dificuldades cotidianas imensuráveis. Como terão passado o Natal e o fim de ano? Se têm filhos, será que conseguiram presentes ou mesmo uma celebração minimamente digna para eles? E como é possível manter a motivação e a saúde mental quando se têm dívidas acumuladas, contas de casa por pagar, como renda, alimentação, água, energia e transporte e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de educar e formar as novas gerações?
É, sem dúvida, uma situação angustiante. Como fica o governo nesse cenário? Dizem que estão fazendo de tudo para resolver o problema, mas a realidade é bem diferente. Se isso é verdade, então quem está mentindo? Que tipo de governo é esse que não consegue garantir o pagamento dos salários dos seus educadores, que são responsáveis por moldar o futuro de uma nação? E a dignidade desses professores, que com tanta garra continuam a cumprir suas funções, mesmo diante das dificuldades extremas impostas por uma gestão ineficiente?
É lamentável que mesmo em um contexto de crise, esses professores continuem a honrar seu compromisso com a educação, indo todos os dias às escolas, enfrentando suas próprias dificuldades, mas sem deixar de ensinar. Isso é um testemunho de coragem e de dedicação, mas também é uma evidência do quanto o Estado falha em garantir os direitos básicos dos seus trabalhadores.
Ainda mais triste é ver que muitos desses professores, diante da falta de pagamento e das dificuldades financeiras, acabam dependendo da ajuda de familiares ou enfrentando constrangimentos com os proprietários de imóveis que, por sua vez, também aguardam o pagamento da renda. É uma rede de dificuldades que se perpetua e gera um desgaste psicológico imenso. E o que é mais preocupante, é o medo de represálias que impede muitos professores de se manifestarem e de reivindicarem o que é seu por direito. Esse medo paralisante, esse conformismo, não pode continuar a condicionar a reivindicação livre e justa dos direitos desta importante classe profissional.
Professores, vocês não devem deixar-se aprisionar pelo medo de retaliação, pela desilusão ou pelo conformismo. Esses grilhões são os maiores obstáculos à transformação da realidade da educação no país. É hora de despertar! O momento de ação é agora! A mudança só ocorrerá quando vocês se libertarem do medo, da descrença e da passividade. Transformem essas emoções negativas em força para lutar pelos vossos direitos, pelo vosso justo salário e pela dignidade que merecem.
No passado dia 13 de janeiro, o país celebrou a liberdade e a democracia. A liberdade começa com a coragem de agir, de se unir e de acreditar que é possível transformar a realidade. Para haver mudança são necessárias a ousadia e a determinação de cada um de vocês, professor, professora. Não tenham medo de unir e exigir o que é vosso por direito. Acreditem que, juntos, podem criar uma nova realidade, onde a educação e os educadores sejam tratados com o respeito e a consideração que merecem.
Este é o momento de levantar. Não deixem que a desesperança e o conformismo sejam as únicas forças a guiá-los. O futuro da educação no país depende da coragem e da ação de todos vocês.
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