Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) considerou, este domingo, 19, “provável” o agravamento da atividade sísmica na ilha Brava, a mais austral do arquipélago, após abalos nas últimas 24 horas, mas sem motivos para alarme.
“É provável que, do ponto de vista sísmico, o estado se agrave nos próximos dias”, anunciou o INMG em comunicado, divulgado já durante a noite.
O INMG referiu que, nas últimas 24 horas, “foram registados três eventos de magnitude superior a três na escala de Richter, sentidos pela população, todos localizados na zona da Praia da Aguada, sem que tenha havido alteração significativa da profundidade focal”.
A ilha Brava tem cerca de 5.500 habitantes e está localizada 120 quilómetros a oeste da capital, Praia, na ilha de Santiago.
“Face à situação, o INMG mantém o estado de alerta na ilha no nível três, devido à ocorrência de sismos sentidos frequentemente” e que serão sinal de que “a quantidade de magma que se acumulou na base da ilha aumentou”.
Em termos técnicos, o instituto faz referência a um “tremor harmónico” na madrugada de domingo, ou seja, um tipo de abalo “contínuo” que é caracterizado por ter “frequências múltiplas”, produzido pelo “escoamento de gases de origem vulcânica” no subsolo.
Os abalos sísmicos fazem parte da história da ilha, que já tinha registado picos de atividade no início do ano, em maio e há duas semanas, com um abalo de 4,8 na escala da Richter que provocou estragos ligeiros e fissuras nalgumas habitações e noutras estruturas.
Cerca de 30 quilómetros a este da ilha Brava está o vulcão da ilha do Fogo, que entrou em erupção, pela última vez, em 2014.
No mesmo comunicado, o INMG clarificou que foram observadas “nuvens de poeira” na encosta leste da ilha do Fogo, rejeitando ser “uma nuvem eruptiva” como sugerido por publicações nas redes sociais na Internet.
“Os dados registados pela Rede de Monitorização Geofísica do Vulcão do Fogo não mostram nenhuma anomalia que pudesse apontar para uma eventual erupção, em curso ou na iminência de acontecer”, clarificou.
Segundo o instituto, “a julgar pelas imagens analisadas, trata-se de nuvens de poeira levantada pela queda frequente de pedras” num local designado Rola-Rola.
O INMG admitiu que “as fortes precipitações, ocorridas na ilha durante este ano, tenham contribuído para uma maior erosão”, favorecendo os deslizamentos, algo que “não tem nada a ver com a [situação na] ilha Brava”.
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