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Poluição. 97% do mercúrio libertado em Cabo Verde tem origem humana
Ambiente

Poluição. 97% do mercúrio libertado em Cabo Verde tem origem humana

Os riscos do mercúrio na saúde são grandes. Este metal é muito acumulável, mas não há forma de o eliminar. É responsável, por exemplo, pela má formação do feto, problema relacionado ao cancro e a capacidade motora das pessoas. A Convenção de Minamata em Mercúrio é o primeiro grande tratado ambiental desde que o Protocolo de Quioto entrou em vigor em 2005. 

Cerca de 97% do mercúrio libertado em Cabo Verde advém de actividades humanas, revelou hoje o estudo sobre a Avaliação Inicial Minamata (MIA), elaborado pelo país para conhecer a libertação desse metal líquido no arquipélago.

A revelação foi feita à imprensa, na Cidade da Praia, pelo director nacional do Ambiente, Alexandre Rodrigues, à margem de um workshop de validação do projecto de “Avaliação Inicial da Convenção de Minamata sobre o Mercúrio em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe”.

“Cerca de 51% de mercúrio que é libertado em Cabo Verde provem do pescado, baterias, termómetro, medidor de pressão, ou nas lâmpadas, e cerca de 46% tem a ver com a forma como fazemos a gestão dos nossos resíduos sólidos”, disse o responsável, esclarecendo que por ser um país que importa esses produtos, Cabo Verde deve conhecer as suas lacunas e promover a eliminação, onde que possível, do referido metal.

A MIA faz parte dos primeiros passos que Cabo Verde já deu, através do Ministério da Agricultura e Ambiente, e com o financiamento do Fundo Global do Ambiente (Global Environmental Facility – GEF) e Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), com vista à ratificação da Convenção de Minamata em Mercúrio, que entrou em vigor em 2014.

O objectivo geral da Avaliação Inicial Minamata é de apoiar Cabo Verde na conclusão das actividades de pré-ratificação no quadro da Convenção de Minamata de modo a possibilitar a tomada de decisão política e estratégica para priorizar as áreas para futuras intervenções, complementando, desta forma, os esforços do país na redução progressiva da exposição ao mercúrio para a saúde humana e para o ambiente.

“Os riscos na saúde são grandes. Mercúrio é muito acumulável, mas não temos forma de o eliminar, sendo que tem provocado em várias partes do mundo, de entre outros riscos, a má formação do feto, problema relacionado ao cancro e a capacidade motora das pessoas”, disse, acrescentando que se pode encontra em algumas pesticidas ou cosméticos esse tipo de metal líquido nas suas composições.

A Convenção de Minamata em Mercúrio é o primeiro grande tratado ambiental desde que o Protocolo de Quioto entrou em vigor em 2005 e aborda questões relacionadas com a utilização e libertação de mercúrio através do comércio, usos industriais, e as emissões atmosféricas, bem como o armazenamento a longo prazo e a eliminação de mercúrio e seus compostos.

No encontro de hoje, cuja cerimónia de abertura foi presidida pelo ministro de Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, participam técnicos nacionais e especialistas internacionais do Instituto de Investigação em Biodiversidade (BRI), que é o responsável pela execução e coordenação das actividades do projecto MIA, em estreita colaboração com o Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), através da Direcção Nacional de Ambiente (DNA).

Com Inforpress

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Redação