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Oito por cento da população cabo-verdiana está contaminada com o vírus da hepatite B
Sociedade

Oito por cento da população cabo-verdiana está contaminada com o vírus da hepatite B

Cabo Verde conta com cerca de oito por cento (8%) da população infectada com hepatite B, apesar deste número não traduzir a realidade que se estima em muito mais, de acordo com os responsáveis do sector da saúde.

A informação foi avançada à Inforpress pelo administrador executivo do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Júlio Rodrigues, no âmbito do seminário “Hepatites virais, Informar Sensibilizar para uma Detecção precoce”, promovido pelo instituto para assinalar o Dia Mundial da Luta Contra Hepatites Virais, assinalado a 28 de Julho.

“A nossa realidade mostra que nós temos uma oscilação em torno de 100 casos anuais de infecção por hepatites. São números que oscilam de região para região, mas isso não reflecte a situação real, estima-se que cerca de 8% da população esteja infectada pelos vírus da hepatite B”, disse Júlio Rodrigues, que reiterou uma vez mais que os números não traduzem a realidade visto, que às vezes, a maior parte das pessoas infectadas não sabem se estão contaminadas.

Feito isso, Júlio Rodrigues avançou que a situação de Cabo Verde aponta para uma diminuição da incidência das hepatites virais, após a introdução da vacina contra a hepatite B, através do calendário vacinal, e o rastreio da infecção pelo vírus da hepatite B e C que é regularmente realizado em cada doação de sangue e indicados nas consultas de seguimento pré-natal.

“No País a situação melhorou muito com a melhoria de acesso à água potável e saneamento básico, de informação e outros fatores que melhoraram as questões de saúde pública e, consequentemente, os casos das hepatites A e E”, explicou o administrador executivo do INSP.

Ainda nesta matéria, sublinhou que o País, há cerca de 20 anos, introduziu a vacina contra a hepatite B no calendário de vacinação e tem pautado por encorajar todas as mulheres grávidas a realizarem o teste da hepatite B e a vacinarem os seus bebés à nascença, uma prática, segundo disse, instituída desde 2002.

A hepatite, conforme informou, é uma infecção no fígado que pode ser causada por um vírus, uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.

O fígado é um importante órgão do sistema digestivo e, no caso de inflamação ou lesão, pode haver comprometimento da sua função, podendo originar diversas complicações a curto ou a longo prazo.

Existem diferentes tipos de hepatite e a sua gravidade é muito variável. As hepatites B e C são as mais importantes, por poderem evoluir, quando não tratadas, para problemas graves de saúde, como cirrose e cancro do fígado

Em Cabo Verde, em 2019, de acordo com dados existentes, houve a notificação de 137 casos de hepatite, entre os quais 40 notificados como hepatite B, mas destes não se notificaram mortes relacionadas à hepatite.

A OMS considera as hepatites virais uma prioridade de saúde mundial, sendo que cerca de 350 milhões de pessoas no mundo apresentam infecções crônicas por hepatite B e 170 milhões por hepatite C. As hepatites causam a morte de cerca de 1,4 milhões de pessoas por ano no mundo.

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