Manifestação. Milhares de pessoas saem à rua em Mindelo para protestar contra "centralismo"
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Manifestação. Milhares de pessoas saem à rua em Mindelo para protestar contra "centralismo"

Milhares de pessoas voltaram a responder positivamente ao apelo do Sokols 2017 para uma manifestação “em massa” da população de São Vicente neste 05 de Julho, adesão que deixou o líder deste movimento cívico “completamente satisfeito”.

Foram várias as pessoas que na manhã e início de tarde deste 05 de Julho, dia de comemoração do 44º aniversário da independência nacional, juntaram as suas vozes ao movimento cívico Sokols 2017 e percorreram várias artérias da cidade do Mindelo e deram corpo à manifestação “Por São Vicente, quem cala consente”.

Um destes é Carlos Augusto Brito, para quem a situação da ilha relativamente aos transportes aéreos é “inadmissível”, tendo em conta, a falta de viagens, por exemplo para São Nicolau e emigrantes que não vêm de férias por causa de “passagens muito caras” e a “pouca carga” que podem transportar nos voos domésticos.

“Isto merece acabar, tem que ser direito para toda gente”, lançou, referindo a um dos principais motivos para a manifestação.

Assim no percurso, desde a Praça Estrela, passando pela Rua de Coco, Rua de Lisboa, Avenida Baltazar Lopes, Avenida Alberto Leite, Avenida 05 de Julho e por fim Praça Dom Luís, os manifestantes gritaram palavras de ordem, entre as quais, “O povo unido, aqui é sem partido” e “Soncent Kre sai d´isolament” (São Vicente quer sair do isolamento, em português) e “Soncent Kre autonomia” (São Vicente quer autonomia, em português).

Frases que se fizeram acompanhar de vários cartazes, cada reclamando o seu descontentamento, e ainda de apitos e cartões vermelhos, que, segundo Salvador Mascarenhas, mostra a “falta gravosíssima” da parte do Governo para com São Vicente e as ilhas do norte.

Resposta da população, que, garantiu, deixou o Sokols “completamente satisfeito” com esta adesão “semelhante ou bem mais” que 2017, ano da primeira mobilização do movimento cívico, mas que ainda assim não  pode ficar somente pela manifestação.

Por isso, o activista apela à sociedade civil que organize e crie uma “plataforma independente”, por exemplo nas autárquicas que estão próximas.

O Sokols 2017, por seu lado, conforme a mesma fonte, pretende ficar como “barómetro de governação”, mesmo que as candidaturas sejam do seu agrado.

“Temos que estar sempre atento, porque o poder corrompe absolutamente. Nós não candidatamos a nada, estimulamos a cidadania activa”, reforçou Salvador Mascarenhas, para quem há na ilha “pessoas competentes” que poderiam constituir uma equipa.

“Solução para Cabo Verde e São Vicente é uma solução política e tem de ter uma candidatura independente para câmara e mais tarde para o parlamento para poder alterar as leis deste país que são injustas”, considerou.

“Estou muito contente por ver que o povo está acordado e mostrar o seu descontentamento nestas manifestações, que deveriam acontecer todos os 05 de Julho, que representa a comemoração da independência, da liberdade e democracia”, salientou, ainda assim não esperando mudanças governamentais por causa de manifestação, que serviu, asseverou, para mostrar a “força do povo” e “encorajar” o movimento a continuar a lutar.

Entretanto, o líder dos Sokols exortou os partidos a reciclarem e “limparem os parasitas no seu interior e começar a responder aos anseios da população e não às agendas pessoais e partidárias”.

“Vamos continuar a nossa luta, firme, serena, com muita disciplina e pacifismo”, concretizou.

Além das gentes de São Vicente, também participaram na manifestação pessoas das ilhas de Santo Antão e São Nicolau, que depois de chegarem à Praça D. Luís decidiram ir manifestar junto às portas da câmara municipal, que não constava do programa, mas que já tinha um cinturão de segurança da Polícia Nacional.

Mesmo assim, os manifestantes não se fizeram calar, pelo contrário, apitaram e mostraram os cartões vermelhos e gritaram “fora Augusto Neves”.

Com Inforpress

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