O Ministério da Administração Interna (MAI) determinou a abertura de um inquérito para averiguar possíveis actos de violência cometidos pela Polícia Nacional, em São Vicente, para o apuramento de responsabilidades disciplinares e funcionamento das esquadras.
Conforme informação na página oficial do MAI na internet, a decisão foi tomada na sequência das denúncias públicas de prática de actos de tortura nas esquadras de São Vicente, entre os dias 29 e 30 de Outubro, que foram publicadas no jornal MindelInsite, na edição online de 05 de Novembro e na página do Facebook do Notícias de Cabo Verde ao Minuto, no dia 02 de Novembro.
Nas duas denúncias, a alegada vítima é o cidadão Kelton Bento, de 21 anos, detido por suspeita de cometer crime de roubo na via pública.
“Tendo já sido determinada a abertura de inquérito visando averiguar os factos constantes das denúncias, as circunstâncias em que ocorreram e o apuramento de responsabilidades disciplinares”, assegurou a mesma fonte, adiantando que tal resolução vai ser efectivada mediante despacho nº 127/GMAI/2020 e ao abrigo dos artigos 115º e 117º do decreto legislativo nº 9/2010 de 28 de Setembro.
A investigação, informou o MAI, visa averiguar o funcionamento interno das esquadras em São Vicente, quanto ao “cumprimento das normas e procedimentos relativos a indivíduos detidos e conduzidos às unidades policiais, bem como aos procedimentos de fiscalização e supervisão pelas estruturas hierárquicas”.
O inquérito deve ser iniciado, conforme a mesma fonte, de imediato e concluído num prazo de 30 dias.
Kelton Bento, de acordo com a notícia publicada no MindelInsite, alegadamente terá sido agredido nas esquadras do Comando Regional de São Vicente e de Fonte Inês, nos dias 29 e 30 de Outubro.
Kelton Bento, 21 anos, contou, segundo a mesma fonte, que estava a fazer uma volta à noite pelos lados da Praça Nova quando foi acusado por dois rapazes de ter roubado uma menina que, por sinal, é filha de um agente da Polícia Nacional.
Levado para o comando, disse que começou a ser agredido por quatro agentes para confessar o crime e entregar os objectos roubados: uma bolsa e três mil escudos, mas sempre alegou inocência.
De seguida foi enviado para a Esquadra de Fonte Inês na manhã seguinte, onde continuaram as agressões.
Com Inforpress
Comentários