Dois dos pescadores da Palmeira, na ilha do Sal, detidos por presumível venda de haxixe, apanhada na rede no alto mar, enquanto pescavam, queixaram-se hoje ter sofrido agressões físicas por parte da Polícia Judiciária (PJ).
Estes pescadores, soube a Inforpress, fazem parte do grupo de onze marítimos, que terá “pescado” haxixe em plena faina, na passada terça-feira, os quais, depois de ouvidos pelo tribunal ficaram sob Termo de Identidade e Residência (TIR).
Acompanhados do advogado de defesa, Hernani Lima, um deles conta que a Polícia Judiciária bateu-lhe na cabeça, tendo-lhe também machucado uma das pernas, enquanto o outro levou bofetadas, pauladas na planta dos pés, murros no joelho com uma estaca de ferro, conforme relatam, para obrigá-los a entregar o produto e o dinheiro resultado da venda da droga.
Considerando a agressão, pedem averiguação do caso para que esses policiais sejam punidos, por forma a que situações dessa natureza não voltem a acontecer.
Segundo o advogado de defesa, Hernani Lima, esta atitude utilizada para obrigar os pescadores a falar, “não coaduna com a lei”.
“Não se pode agredir ou torturar uma pessoa para, a força, obrigá-la a falar, ou entregar o que a pessoa possa ter. É proibido por lei. Alguns deles foram agredidos com martelo no joelho. Está também um detido na PJ, a ser obrigado a entregar a coisa, a droga que ele tinha, usando este mesmo método”, censurou o causídico, reiterando que a polícia violou os seus direitos enquanto cidadãos.
A Inforpress tentou uma reacção da PJ, mas sem sucesso.
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