Binter está a ser julgada por omissão de auxílio em processo de evacuação na Boa Vista
Sociedade

Binter está a ser julgada por omissão de auxílio em processo de evacuação na Boa Vista

Começa esta segunda-feira, 7, hoje, no Tribunal da Comarca da Boa Vista, o julgamento de um dos casos relacionados com a evacuação de um paciente baleado, em que a companhia aérea Binter Cabo Verde é arguida.

Em causa, o facto de a actual Transporte Interilhas de Cabo Verde ter recusado transportar um paciente de urgência para o Hospital Central da Praia, um crime tipificado como sendo de "omissão de auxílio" - na verdade, a transportadora aérea tem às costas dois processos de evacuação na Boa Vista, mas está a ser julgada só num dos casos ainda.

O processo que vai a julgamento esta segunda-feira tem a ver com a recusa da Binter em prestar socorro a um jovem de nome Nasolino Pereria (Nasú) que foi baleado no abdomém, em Maio do ano passado, no bairro de Boa Esperança, em Sal-Rei.

Nasú, recorde-se, fora para o aeroporto, mas não lhe foi permitido viajar porque, conforme alegara a Binter, o documento médico não se encontrava devidamente preenchido, pelo que só depois viria a ser evacuado de urgência, numa embarcação boca aberta para o hospital do Sal, devido ao seu quadro clínico crítico.

Os advogados da transportadora aérea ainda tentaram, no passado mês de Abril, uma audência preliminar contraditória para escapar ao julgamento, mas não foi possível. Assim, a Transportes Inter-ilhas de Cabo Verde acaba por ir a julgamento, que começa esta segunda-feira, 7, até quarta-feira, 9. O site Boa Vista no Ar informa que serão ouvidos vários intervenientes no processo como médicos, incluindo Mirian Delgado, que na altura exercia a função de delegada de Saúde na Boa Vista, pilotos, comandante do voo, assistente de bordos e a própria vítima.

Segundo o Boa Vista no Ar, a ex-Binter solicitou uma outra ACP - ainda sem data marcada - relacionada com a morte da jovem da Boa Vista, de 30 anos, que também foi evacuada de barco em péssimas condições para a ilha do Sal, depois da alegada recusa da companhia aérea Binter de transportar a doente, que avabaria por falecer. Neste segundo processo, a companhia aérea Binter e uma colaboradora da empresa foram imputados, em co-autoria material e na forma consumada o crime de impedimento à prestação de socorro em concurso real efectivo e de omissão de auxílio.

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