
As eleições para a presidência do Sport Lisboa e Benfica entram agora numa fase decisiva. Dos seis candidatos que se apresentaram, apenas dois seguem para a segunda volta marcada para o próximo dia 8 de novembro — e, mais do que nunca, o clube precisa de escolher com lucidez.
O resultado da primeira volta trouxe sinais claros: o benfiquismo rejeitou o regresso ao passado e mostrou desconfiança perante aventuras incertas. A votação pouco abonatória de Luís Filipe Vieira, antigo presidente e figura incontornável da história recente do clube, confirmou que os sócios não desejam voltar ao modelo personalista e opaco que marcou o final da sua era. O Benfica de hoje quer transparência, estabilidade e rumo.
Na segunda volta, o embate entre Rui Costa e Noronha Lopes representa dois caminhos distintos: de um lado, a continuidade de um projeto assente na credibilidade; do outro, uma proposta de rutura com contornos ainda pouco definidos. É verdade que Noronha Lopes conseguiu mobilizar uma parte do eleitorado descontente, mas enfrenta handicaps difíceis de ignorar — desde a fragilidade das suas propostas até ao historial de empresas falidas, que fragiliza o seu discurso de competência e de gestão responsável. Além disso, é previsível que acabe por dividir votos que, na prática, servem mais para criar ruído do que para construir futuro. Aliás, como referi no artigo anterior, Noronha Lopes terá experiência de gestão, mas não de futebol.
Rui Costa, por sua vez, tem demonstrado uma liderança discreta, mas sólida. Herdou um clube manchado por processos judiciais e crises internas, e conseguiu reerguê-lo com serenidade, sem recorrer a promessas fáceis nem a campanhas de espetáculo. O Benfica voltou a ser respeitado no futebol europeu, voltou a equilibrar contas e manteve o foco no essencial: vencer com seriedade e planear o futuro com rigor.
Mais do que um voto de continuidade, a escolha de Rui Costa é um voto de confiança. Ele representa a maturidade de um clube que aprendeu com os erros do passado e que, agora, precisa consolidar uma cultura de responsabilidade e ética.
O Benfica não pode ser palco de experiências nem refém de impulsos. Num momento em que o futebol se torna cada vez mais vulnerável a interesses externos e gestões amadoras, o clube precisa de quem o entenda por dentro e o defenda com credibilidade.
No dia 8 de novembro, os benfiquistas não vão apenas eleger um presidente — vão decidir que tipo de Benfica querem deixar às próximas gerações.
 Um Benfica estável, respeitado e competitivo, ou um clube novamente entregue ao improviso e à incerteza.
E quando o coração pesar tanto quanto a razão, que ambos digam o mesmo:
 Rui Costa é a escolha certa. A escolha da confiança. A escolha do verdadeiro Benfica.
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