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O processo disciplinar remonta a 14 de agosto deste ano e veio na sequência da posição da diretora da Televisão de Cabo Verde (TCV), Dina Ferreira, que na ocasião acusou o Conselho de Administração da Rádio Televisão Caboverdiana (RTC) de interferências nos conteúdos editoriais da televisão pública, nomeadamente, ao assinar um contrato com uma produtora privada.

Ato persecutório e provocatório

A decisão conhecida esta quinta-feira, 30, suspendendo a jornalista por 45 dias e sem remuneração, mais parece ser um ato persecutório dirigido a Dina Ferreira, mas também provocatório, direcionado à Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC), que já havia emitido duas deliberações (a 25 de agosto e 02 de setembro) confirmando interferências ilegítimas do CA da RTC nos conteúdos editoriais da televisão pública.

Assinada pela presidente Karine Miranda e pelo administrador Victor Varela, a deliberação do CA da RTC está a provocar indignação entre os jornalistas da empresa que a consideram grave intimidação e represália que fere os princípios de uma comunicação social independente e livre.

De referir que o terceiro membro do Conselho de Administração da Rádio Televisão Caboverdiana, o jornalista Humberto Santos, não assinou a deliberação.