A relação do jovem com a política varia de acordo com o local, a cultura, as relações sociais estabelecidas, porém algumas questões tendem a ter uma similaridade entre si, requerendo uma análise mais cuidada e abrangente a nível do país.
A democracia requer participação, sobretudo dos jovens, enquanto motor de todo e qualquer processo de desenvolvimento. Enquanto no passado se lutou pelo direito ao voto, o cidadão moderno, ou seja, o jovem não dá o mesmo valor a este grande meio de expressão da vontade popular.
Infelizmente estamos assistindo a uma fileira de gerações desenteressadas pela política, gerando por sua vez a continuidade de uma situação de inércia e apatia política .
Os desenteressados pela política não querem saber e não se advertem que tudo que os cercam tem a ver com a política.
Os métodos de ensino da sua escola ou universidade tem a ver diretamente com as decisões de políticas públicas, mas ele não quer saber.
Seus horizontes profissionais, seu futuro, também tem relação direta com isto, mas ele continua não querendo saber.
O preço dos transportes públicos, da água, da electricidade, dos bens alimentares, da saúde, dos serviços públicos , da habitação, tudo isso tem a ver com as decisões políticas, mas infelizmente alguns continuam sem querer saber.
Existem vários fatores que podem estar causando o esfriamento do interesse dos jovens na política, sendo que interessar pela política não sigificaria ser político, mas sim escolher a deixar a sua opinião em tudo que o envolve a sua vida, enquanto um ser social.
Muitas são as razões para esta apatia, entre as quais o mau funcionamento do sistema, a tendência de associar a política com a corrupção, ou seja, com gente que não pensa no bem comum e desdenha a coisa pública.
Na verdade, nem todos os que estão na política são pessaos confiáveis. Mas não devemos confundir a árvore com a floresta. Ou seja, embora existem de facto gentes pouco confiáveis, corremos o risco de cair em erros quando incluirmos todos no mesmo saco, porque sempre existem aqueles que assumem um compromisso de servir, deixando as suas famílias, o seu tempo de lazer para servir, pois nada é mais nobre do que servir, lutando pelo melhor para aqueles que nos rodeiam..
Che Guevarra dizia que ”os jovens têm que estar preparados para assumir a nossa bandeira ”
É este o chamamento que os jovens devem responder. Assumir a bandeira e entrar em apatia de trasmitir tudo que pensam de mal relativamente à política e aos políticos, ensinando aos filhos, proclamar em alta voz que não querem saber de nada da política e dos políticos, às vezes usando até palavras agudas.
Com esta postura, quem iria assumir a bandeira?
O jovem de hoje tem medo de não ter como se sustentar, de não ter emprego, de que seus estudos não sejam o suficiente para lhe garantir uma vida tranquila e independente de seus pais. Este medo o inibe de pensar em outras causas, porque seu tempo e esforço têm de ser dedicados a si mesmo, seu futuro está em constante perigo de ser um fracasso.
E tudo isso deveria ser uma das razões de termos jovens conscientes e com interesse na política, e no voto, no sentido de participar na escolha do melhor. Caso contrário, o jovem estará a entregar de bandeja o seu futuro nas mãos de outros que vão escolher e quando assim é não devem transferir a culpa para ninguém. Porque a culpa é somente sua.
É preciso tocar na mente de cada jovem e a resposta virá!
Acredito muito nisso!
David Chilton
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