(…) depois da polêmica à volta da interpretação do conteúdo do relatório sobre direitos humanos do Departamento de Estado – dos Estados Unidos de América -, que denunciou, mais uma vez, um ambiente crispado entre a situação e a Comunicação Social onde, estranhamente, por uma suposta subjetividade na tradução do inglês, uns tenham considerado a classificação de Cabo Verde como excelente e outros de medíocre. Surge agora, a notícia de Cabo Verde em destaque a nível regional precisamente pela sua extraordinária performance (imagine-se) no quesito respeito pela liberdade de imprensa. A verdade dos factos é que Cabo Verde tem um quadro constitucional fundado no primado da lei, que tem na liberdade a sua pedra basilar. Este facto, tem conseguido moldar a sociedade de tal forma, que ela já se assume, no seu quotidiano, como livre e tem uma característica central: ninguém está acima da crítica e todos têm o direito à critica.
O intenso debate que se tem desenrolado à volta da Comunicação Social entre o Deputado Nacional eleito pelas lista do MpD, Emanuel Barbosa, e os Jornalistas esta longe de ser um gesto, ato ou tentativa de controlo, um evento ou consequência de uma ocorrência, é o reflexo um ambiente político hostil ao qual os agentes estão a procura do acento, mas é também o fervilhar de uma sociedade que ambiciona ser dinâmica.
Não é novidade que a atual tutela da Comunicação Social foi renegada à nascença e não mereceu nenhuma chance ou oportunidade dos jornalistas, esteve marcado para ser derrotado desde o momento em que tomou posse e só se mantêm de pé por deter uma invejosa habilidade política, uma energia inesgotável e gozar de um suporte político inequívoco do Primeiro-Ministro e de todo o sistema MpD.
Este ambiente resulta, também, em grande medida do virtuoso exercício da liberdade individual e institucional, bem como da efervescência de uma sociedade que se quer dinâmica e à procura de maiores níveis de rigor. Tem sido assim, quando o executivo pisa na linha, é assim quando o deputado falha na sua postura moral ou cívica, deve ser assim quando a justiça demora em responder, tem também de ser assim quando qualquer entidade social não cumpre com o que se-lhe é, legitimamente, esperado.
A Comunicação Social, enquanto quarto poder, é lhe reservado o papel de formar e informar a sociedade e, por isso, tem um robusto quadro deontológico e código de conduta que visam proteger a credibilidade do seu serviço. O sistema político tem de lhe garantir a liberdade efetiva no exercício da sua função, sobretudo o direito à critica – o que não está em perigo. Mas isso não se pode confundir com imunidade à critica. A sociedade e as outras instituições do poder constitucional têm, também elas, o direito à critica, sobretudo quando o que se pretende é, apenas, rigor! Cabo Verde é (e ainda bem que assim seja) um País cujo o quotidiano tem se assumido, cada vez mais, como livre e todos estão expostos à crítica, ninguém pode pretender estar fora da virtude desta esfera. A critica produz melhores profissionais, melhores executivos, melhores políticos, melhores resultados, melhor sociedade e, em suma, mais desenvolvimento.
Ainda hoje, dia 2 de Maio, o Jornal on-line Santiago Magazine publicou a FALSA NOTICIA de que “os 40 Deputados do MpD” vão estar em jornada descentralizada em Portugal. Por mais que isso possa por frente a frente o MpD e a Comunicação Social, permitir espaço para a vitimização, temos o direito (para não dizer obrigação) de intervir no sentido da reposição da verdade. O Grupo Parlamentar do MpD vai estar representado por 6 Deputados (3 dos quais residentes da Diáspora) em Portugal, porque temos o entendimento de que Cabo Verde não termina no limite das nossas ilhas. Cabo Verde é uma nação com um expressiva Diáspora cujo potencial deve ser integrado na vida do País.
Da nossa parte, enquanto dirigente do MpD, não pretendemos ser beneficiados pela Comunicação Social pública ou privada, mas também não aceitamos ser prejudicados. Que cada um faça o seu trabalho dentro dos limites deontológicos de cada profissão e submetidos à supremacia da lei.
Nota da Redacção
A fonte da notícia que Luís Carlos Silva considera falsa é a agência Lusa, uma das mais credenciadas do mundo lusófono. E foi logo corrigida pela agência e por este díário digital. Com efeito, é verdade a realização da jornada do grupo parlamentar do MpD em Portugal, só que não são 40 deputados, mas sim seis. E este pequeno lapso é suficente para se considerar uma notícia falsa... mesmo quando o lapso foi logo corrigido.
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