Campanha Contra o “Bairrismo” para que esse termo não faça mais parte do vocábulo do léxico Nacional crioulo!
Ponto de Vista

Campanha Contra o “Bairrismo” para que esse termo não faça mais parte do vocábulo do léxico Nacional crioulo!

Vamos também escrever um certo número de textos, abordando esse tema, sendo este o 1º. Claro que a nossa realidade geográfica é específica, mas ao contrário por exemplo da Guiné-Bissau, onde o Tribalismo devastou o país, nós não temos esse problema, não podemos deixar que o “bairrismo” artificialmente criado para servir o interesse de alguns “eruditos” nos venha em pleno século XXI entravar o nosso desenvolvimento.

Falamos de “eruditos”, mas as referências dependem de que lado pomos a questão: por exemplo, se a referência for Doutor Baltazar Lopes da Silva, lamentamos temos que citá-lo, porque nesse sentido ele não deixou uma boa imagem, antes pelo contrário, até pelos conterrâneos dele da ilha de S. Nicolau. Mas, se tormarmos como referência o grande “Jotamonte” (maestro, professor, autor, compositor), a realidade é outra, pois ele, sem querer ou involuntariamente, combateu o “bairrismo” de uma maneira pouco ortodoxa, que merece toda a nossa atenção. Ora, ele viveu vários anos, alternativamente, entre, S. Vicente e Praia; facto curioso quando residia em S. Vicente era praiense ferrenho, e quando estava na Praia, era sãovicentino assumido. Isso só mostra o que dissemos, que, involuntariamente, ele combateu o “bairrismo”.

Também se pode referenciar com muito a propósito, a morna “hino” de Antero Simas, Doce Guerra. Vê-se para que Cabo Verde é um todo indivisível embora geograficamente, a natureza decidiu de outra maneira. Cabe a nós, humanos, remediar esse “handicap” tentando levar o nosso país para a frente com incentivos de união sempre!

Também podemos garantir, que ao escrever esses textos, mais cedo ou mais tarde, chegaremos a abordar a questão do estatuto especial de Praia – Cidade Capital, não de Santiago, mas sim de Cabo Verde, país Uno e Indivisível.

Vamos continuar a escrever nesse sentido tentando promover debates e fazer desaparecer este termo do léxico nacional crioulo, porque Cabo Verde, apesar de ser 10 ilhas é uno e Indivisível.

Para já, fica um testemunho com a publicação do poema Monte Cara homenagem de um badio a S. Vicente!

Tema: Monte Cara (Mindelo)
Poema

Contemplando
O Firmamento
Deitado no leito
Da Baía de Mindelo,
Tua missão
Sempre foi guardar
A entrada da cidade
Desde a aurora dos tempos!
Foste tão eficaz
Ignorando, o todo Poderoso,
Gigante Adamastor,
Permitindo a aproximação
Dos veleiros do Infante D. Henrique,
Assim como, da Ilha virgem,
A sua penetração.
Também és testemunho,
De todos aqueles,
Que querendo ficar,
Tiveram que partir
À procura de um futuro risonho
Na longinqua emigração.
Ainda permitiste,
Que em dias menos felizes,
Na história de S. Vicente,
Fugindo à miséria e a fome,
Os teus protegidos, mindelenses,
Emb.......
Para um destino incerto, desconhecido.
Mas a tua imponente figura,
Em eterno letorgia no Atlântico,
Ficará para sempre
Como prestigioso símbolo

Da cidade de Mindelo e de S. Vicente!

Autor: Zefra*

* Nome artistico de José Manuel Fragoso

 Médico-cirurgião sénior do Hospital Agostinho Neto

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