Associação Académica da UniCV. Entre a continuidade e a ruptura
Ponto de Vista

Associação Académica da UniCV. Entre a continuidade e a ruptura

Os estudantes constituem uma parte fundamental de qualquer universidade. A Associação Académica dos Estudantes Universidade de Cabo Verde (ACAD-UniCV) vai a votos no dia 24 de Abril para a escolha do seu novo presidente e de uma nova equipa

A rotatividade na liderança da associação académica nesses últimos anos não teve uma posição firme como a voz defensora dos interesses dos estudantes, não obstante a resolução de alguns problemas pontuais dos estudantes a associação academia esta centrada em grupo de interesses restritos que procuram a associação académica como trampolim para acederem a outras esferas que não seja o compromisso real coma a defesa dos interesses dos estudantes

Os estudantes da Universidade de Cabo Verde (UniCV) muitas vezes não encontram na figura da Associação Académica um meio que pode auxiliá-los na resolução dos seus problemas, porque muitas vezes esses órgãos de” representação “e acompanhamento dos estudantes então virados aos seus meios restritos e de interesses pessoais não pautando pela envolvência de todos os estudantes, e posicionando como um meio de pressão e resolução dos problemas dos estudantes, causando assim a “uni exclusão”

A eleição ao cargo de presidente da Associação Académica é um acto que apela a toda a comunidade estudantil da universidade de Cabo Verde a repensar a forma de actuação da associação e a sua independência e condicionalismo face aos órgãos superiores de direcção da universidade. Os alunos não podem continuar na linha da alienação e de dizer “ isso não é nada comigo” o funcionamento da associação académica é uma questão que diz respeito a todos os estudantes uma vez fazendo parte da academia. A associação tem de ser uma organização porta-voz dos estudantes que ouve os estudantes, porque estes e que são os primeiros a prestarem as contas uma vez que é esta quem os elegeu

A associação académica não pode e não deve continuar a ser uma extensão da execução das directrizes e a defesa cúmplice das decisões dos órgãos superiores da universidade mesmo que estes muitas vezes vão em contra mão com os reais interesses dos estudantes.

Os estudantes são chamados a ter uma voz mais reivindicativa recorrendo aos meios próprios para isso, ter uma acção activa na vida académica e principalmente desempenhar um papel de fiscalizador das acções da associação, e a associação tem de desempenhar o seu real papel que é o de provedor dos direitos e dos deveres dos estudantes.

A associação tem de fomentar e promover uma estreita relação entre os representantes de turma criando uma tipologia de concelho dos estudantes onde poderiam reunir mensalmente todos os representantes de turma para comunicarem o plano de actividades mensal, os problemas e as preocupações dos estudantes, discutir ideias, e projectos que contribuem para o desenvolvimento e a inclusão académica de todos os estudantes.

O acompanhamento desde o primeiro dia dos novos estudantes deve ser um papel da associação, acompanhar os estudantes mostrando a orgânica do funcionamento da universidade os seus direitos e seus deveres e principalmente como se dão os processos dos serviços da academia

A inclusão universitária passa pela envolvência dos estudantes, nas actividades extracurriculares como as desportivas, culturais, também a promoção de debates temáticos mini cursos entre outras actividades que possam promover a envolvência e o interesse dos alunos pela vida universitária.  

Só podemos ter uma universidade com níveis de universidades de países africanos, europeus e americanos quando os estudantes passam a ser o ponto central para a qualidade de ensino porque só podemos ter um ensino de qualidade com estudantes com alta performance e desempenho académico, e isso passa pela inclusão na académica e a criação de um ambiente que propicia esse tal desiderato.

A eleição da Associação Académica dos Estudantes da Universidade de Cabo Verde (ACAD-UniCV) deve ser um processo participativo e de envolvência de toda a comunidade estudantil, não pode e não deve continuar essa gestão restrita de grupos de interesses que não tenham como foco os estudantes, a academia como espaço de pluralidade de opiniões e posições os estudantes devem ser o centro de todos as politicas que propiciam um acesso igual com base no mérito e na competência as cadeiras da academia.

23-04-2018

Adilson Santos Varela

Finalista do 4º ano do Curso de Ciências Sociais-Percurso Ciência Política na Universidade de Cabo Verde

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