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Paulo Veiga líder parlamentar e Luis Carlos Silva novo secretário-geral do MpD. Governo com mexidas e Olavo na berlinda
Política

Paulo Veiga líder parlamentar e Luis Carlos Silva novo secretário-geral do MpD. Governo com mexidas e Olavo na berlinda

O MpD está a fervilhar estes dias. Mudanças na estrutura do partido e no Governo estão a agitar os ventoinhas, que querem mão firme de Ulisses Correia e Silva no aparelho partidário e no Executivo, onde Olavo Correia está a ganhar protagonismo exacerbado que não agrada aos seus pares. Elísio Freire apontado para candidato a presidente de Câmara Municipal da Praia.

Santiago Magazine já tinha anunciado mexidas no elenco governamental e a edição de ontem, quinta-feira, 22, do jornal A Nação calendariza a remodelação no Governo para o mês de Outubro, na reentrée política. O corte dos secretários de Estado parece evidente, consequência de muitas críticas contra um Executivo bem gordo, vindas de todos os quadrantes da sociedade, a última foi do deputado e antigo ministro da Saúde, Orlando Dias.

As mudanças deverão ficar esclarecidas depois da reunião da Direcção Nacional do MpD agendada para 1 de Outubro. Aí ficarão também clarificadas as nomeações de Paulo Veiga, que em Novembro do ano passado pediu demissão do cargo de ministro do Mar na sequência da derrota do seu primo Carlos Veiga nas eleições presidenciais, e que terá obtido consenso entre os apoiantes de Orlando Dias como próximo líder da bancada parlamentar, no lugar de João Gomes, e de Luis Carlos Silva, apontado como o novo secretário-geral do partido ventoinha, substituindo Filomena Delgado.

Como moeda de troca para a eventual eleição de Paulo Veiga, UCS teve que ‘oferecer’ a Emanuel Barbosa, que perdera a liderança da bancada parlamentar contra João Gomes por apenas um voto, o posto de presidente da Agência Reguladora da Concorrência.

Se esses dois nomes podem não encontrar barreiras, as mexidas no Governo é que prometem batalhas internas, sobretudo por causa de novos tachos a distribuir aos remodelados, no caso os secretários de Estado. Briga maior vai ser em relação a Olavo Correia, cujo protagonismo no Governo, decidindo quem se nomeia nas chefias intermédias de área que não são da sua tutela, está a incomodar sectores vários do partido.

“O mal-estar entre o VPM e os restantes membros do governo é por demais evidente, tendo em conta que intervém em todas as esferas das áreas governativas, manietando as acções de vários ministros que  não conseguem tomar decisões próprias”, confessou uma fonte do jornal A Nação. Ao Santiago Magazine, fonte conhecedora do caso afirma também que “Olavo Correia está a interferir em todos os ministérios, apenas Abrão Vicente lhe deu stop. Todos os ministros estão na sua sombra. Ele é que decide as nomeações e tem-no feito, escolhendo os seus amigos para cargos intermédios. Olha, colocou lá na UASE, o Sandeney Fernades, que vem agindo como se fosse o rei dos reis”.

Por causa disso, Ulisses Correia e Silva foi ‘forçado’ pelos militantes a cortar a corda a Olavo Correia. Na verdade desde a reeleição do MpD, o primeiro-ministro queria acabar com o cargo de vice-primeiro m ministro, mas Correia teria ameaçado demitir-se, o que fez UCS desistir de tal propósito.

Agora, novamente pressionado pelos militantes de topo, UCS tenciona, mais do que uma simples remodelação, mudar a estrutura do Governo, acabando com a figura de vice-primeiro ministro e criando três ministros de Estado, que seria, Olavo Correia, em acumulação com ministro das finanças, Janine Lélis, ministra da Defesa, e Elísio Freire, de resto os três vice-presidentes do MpD.

A propósito, Elísio Freire, estará na pole-position para liderar a candidatura do MpD à Câmara Municipal da Praia, em detrimento de Alberto Melo (Beta), cenário que pode abrir nova briga dentro do partido ventoinha, tendo em conta o equilíbrio de forças que cada um possui internamente.

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SOBRE O AUTOR

Hermínio Silves

Jornalista, repórter, diretor de Santiago Magazine