O primeiro ministro pode avançar a todo o momento com uma remodelação governamental, ainda antes da realização da Direção Nacional do MpD - o maior evento político dos Rabentolas entre as convenções - prevista para acontecer antes de janeiro, data em que o mandato do atual presidente ventoinha caduca. Prevê-se a queda do ministro do Desporto, Carlos Monteiro, e de todos os secretários de estado, com excepção do das Finanças. O ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, tido como demissionário, continua uma incógnita. Sai?... Não sai?...
Essas informações foram avançadas ao Santiago Magazine por uma fonte próxima do MpD, que avança ainda que a ideia é reduzir o elenco governamental, cuja obesidade – são 28 membros - vem sendo fortemente criticada, tanto pelos partidos da oposição quanto pela sociedade civil em geral, fazendo cair os secretários de Estado e a consequente extinção dos respetivos cargos. Prevê-se que a cabeça do ministro do Desporto também estará entre os descartáveis
No seio dos Rabentolas o silêncio é tumular. Entretanto, a nossa fonte garante que a remodelação do governo vai antecipar a Direção Nacional do partido, cuja data de realização se prevê para breve, devendo acontecer durante o último trimestre do ano em curso, na medida em que é este conclave quem tem responsabilidades estatutárias para marcar eleições diretas para o presidente do partido, previstas para o primeiro trimestre do próximo ano.
O mandato do atual presidente, Ulisses Correia e Silva, vai até janeiro de 2023. De modo que, para os Rabentolas, o relógio tem estado a correr mais do que devia, tamanha é a tentação para adiar os eventos e ganhar tempo, sobretudo entre os membros da cúpula, entenda-se Ulisses Correia e Silva, Olavo Correia e Fernando Elísio Freire. Porquê? Porque cá fora está um deputado e também alto dirigente do partido, Orlando Dias, em trabalho de terreno para ocupar a cadeira de Ulisses Correia e Silva, que, por sua vez, quer reservar a vaga para o seu vice- primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia.
E, segundo a nossa fonte, tudo está a ser cozinhado ao mais alto nível para antecipar os resultados das eleições internas e assim anular a caminhada do Orlando Dias, cuja aceitação no seio das bases do partido vem aumentando todos os dias.
É verdade que nas eleições internas a última palavra é sempre dos militantes, mas os jogos de bastidores, os aliciamentos de quem está com a faca e o queijo na mão quase sempre ganham terreno e mudam opiniões e perpetivas. E, sugere a nossa fonte, esses três homens – Ulisses Correia e Silva, Olavo Correia e Fernando Elísio Freire – são useiros e vezeiros nessas andanças, e quais lobos com pele de cordeiro, dominam os principais truques de como caçar as suas presas sem usar os ornamentos de caçadores e sem dar muito nas vistas.
Assim vai o jogo de esconde, esconde, entre os maiorais do partido que hoje governa Cabo Verde, o MpD. E é em meio a essa efervescência, com a temperatura ao rubro, pois a corrida aos postos de destaque assim exigem, é que provavelmente o ministro do Desporto, Carlos Monteiro, e os secretários de Estado – Pedro Lopes, Economia Digital, Adalgisa Barbosa Vez, Fomento Empresarial, Lídia Melo, Inclusão Social, Miryan Vieira, Negócios Estrangeiros, Eurídice Monteiro, Ensino Superior, Miguel Moura, Economia Agrária, Evandro Monteiro, Adjunto do Ministro da Saúde, Lourenço Lopes, Adjunto do primeiro ministro – vão deixar o barco por ordem e vontade do chefe, Ulisses Correia e Silva.
“Alguns podem até escapar...É que Ulisses sabe que deve reduzir o governo”, remata a nossa fonte, para acrescentar que “o sacrifício deve cair sobre os que não têm assento parlamentar, pois não convém neste momento aumentar o número de descontentes na bancada que suporta o governo”.
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