Os deputados do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) para círculo eleitoral de Santiago Norte exigiram esta segunda-feira do Governo um plano integrado e mais acções para ajudar os jovens estudantes que estão a abandonar a escola.
José Veiga fez esse apelo, após o encontro que manteve com o presidente do conselho de administração da Fundação Cabo-verdiana de Acção Social Escolar (Ficase) com que falou sobre o problema e saber, também, as acções que estão em curso e programadas para mitigar os efeitos de seca e mau ano agrícola, em dois anos seguidos, em Santiago Norte.
“Com este encontro quisemos conhecer as respostas da Ficase no que tange a atribuição de bolsas de estudo, transporte escolar e refeições quentes nas escolas, para esta que é a região mais pobre do país e que atravessa o segundo ano consecutivo de seca e mau ano agrícola, com impacto na economia familiar e na capacidade das famílias em custear as despesas da educação”, disse.
Conforme aquele deputado para o circulo eleitoral de Santiago Norte, com dois anos sem produção agrícola e nem pasto para os animais, o impacto tem sido negativo não só na alimentação das famílias, mas também na educação, nos transportes escolares e nas propinas, pelo que advertiu, é preciso que todas as instituições, de uma forma integrada e articulada, tenham intervenções para minimizar os impactos da seca.
Segundo José Veiga, após a conversa com o PCA da Ficase, Albertino Fernandes, ficou a saber que não existe um plano integrado para dar respostas a este tipo de problema em todo o Santiago Norte, mas que existem acções sectoriais de algumas instituições que vão intervindo para minimizar os impactos.
“Em Ficase ficamos a entender melhor que existe uma tentativa de alargamento das refeições quentes na escola, pois, já há dados nas escolas que indicam que muitas crianças e jovens estão indo as aulas sem comer, assim como jovens que estão a abandonar as universidades por não poder pagar as propinas”, afirmou.
Face a isso, o deputado do principal partido da oposição avançou a necessidade de o Governo adoptar um plano integrado que dê respostas a todos os sectores já que este é o segundo ano, consecutivo, de seca no país que está afectando grandemente a economia das famílias e provocando o abandono das universidades.
“O Governo de Cabo Verde não atribuiu no Orçamento do Estado para 2019 nenhum aumento a Ficase para que a instituição pudesse apoiar jovens do mundo rural a integrar-se numa universidade e para aumentar as refeições quentes nas escolas.
Com esta situação pensamos que há uma necessidade de uma intervenção urgente”, disse, sublinhando, por outro lado, que a Ficase só possui 500 mil escudos para patrocinar as bolsas de estudos.
Em Santa Catarina, segundo afirmou, existem dois mil estudantes a beneficiar de refeição quente, mas com esta situação, realçou, os números tendem a crescer. Por esta razão, os deputados do PAICV exortam a Ficase e as delegações escolares a recolherem informações para saber as necessidades existentes e se se pode redimensionar as ajudas necessárias.
Para além da Ficase, os eleitos por Santiago Norte solicitaram um encontro, com carácter de urgência, ao ministro da Agricultura para conhecerem o programa de mitigação dos efeitos da seca e do mau ano agrícola e os recursos disponibilizados para a região.
Com Inforpress
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