A Comissão Política Regional de Santiago Sul do PAICV exigiu hoje um relatório sobre o estado das infraestruturas energéticas e investimentos urgentes no setor, após uma semana de cortes de energia na ilha de Santiago.
"Exigimos à EDEC (Empresa de Distribuição de Eletricidade de Cabo Verde) e ao Governo um relatório público e detalhado sobre o estado real da central elétrica do Palmarejo e das demais infraestruturas energéticas", afirmou a presidente da Comissão Política Regional de Santiago Sul do PAICV, Ana Paula Moeda, durante uma conferência de imprensa na cidade da Praia.
A responsável apelou ainda ao cumprimento dos procedimentos técnicos e operacionais para garantir que a energia não falte quando houver problemas nos equipamentos principais ou durante a manutenção dos mesmos.
Ana Paula Moeda defendeu a necessidade de "investimento urgente na modernização do sistema energético", incluindo a diversificação da matriz energética, com foco em fontes renováveis e armazenamento sustentável.
Entre outras propostas, a dirigente pediu o reforço da fiscalização e auditoria pública, para assegurar que os recursos públicos e as tarifas pagas pelos consumidores são utilizados com eficiência e responsabilidade, bem como compensações justas para os utentes ou setores mais afetados, que enfrentam perdas diretas devido à falta de energia.
"A população tem sido confrontada com três ou quatro cortes durante o dia, com falta prolongada de luz, que dura, em muitos casos, 10 ou mais horas, praticamente desde a manhã até à noite, em vários dias seguidos. A situação é crítica", referiu.
Ana Paula Moeda considerou que não se pode "continuar a aceitar que problemas recorrentes na produção e distribuição de energia sejam tratados apenas com comunicados de danos técnicos e planos de cortes, sem um plano estruturado de prevenção e investimento".
Há uma semana, a EPEC anunciou que uma "avaria complexa" num grupo gerador da central elétrica da Praia tem provocado cortes de energia na ilha de Santiago, incluindo a capital cabo-verdiana.
Em conferência de imprensa, o presidente do conselho de administração da EPEC, Luís Teixeira, explicou que, "devido à manutenção de um grupo de gerador, a ilha ficou sem reserva de produção, registando-se depois uma nova avaria que obrigou à desmontagem do motor para inspeção dos cilindros".
A ilha de Santiago tem registado cortes pontuais de energia desde o dia 01 de setembro, organizados por zonas e de forma alternada.
O ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, reconheceu os transtornos causados pelos cortes e esclareceu que a origem está em avarias, não na falta de capacidade instalada.
Além disso, garantiu que está a acompanhar a situação e a apoiar os esforços para a normalização do serviço o mais rapidamente possível.
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A equipa do Santiago Magazine