A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) considerou hoje ser “muito grave” o ministro das Finanças afirmar que não sabia que a ASA tem assumido os salários dos trabalhadores da CV Airlines.
“A Cabo Verde Airlines é mais um caso demonstrativo da governação inconsistente e intransparente do Movimento para a Democracia (MpD, poder) e da privatização lesiva dos interesses de Cabo Verde”, constatou Janira Hopffer Almada.
A líder do maior partido da oposição, que falava em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para reagir às declarações do vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, sobre o atraso no pagamento dos salários, afirmou que o objectivo do executivo em apresentar a sua perspectiva de privatização das empresas públicas era reduzir o risco orçamental e fiscal.
“Ontem aconteceu algo muito grave. O ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro ao ser confrontado pelos jornalistas com o facto veiculado na comunicação social, que os funcionários da Cabo Verde Airlines estariam a receber salários pagos pela ASA (Aeroportos e Segurança Aérea), assumiu que desconhecia este facto”, lembrou, realçando que isso é “gravíssimo”.
Para a dirigente do PAICV, tudo isso demonstra que as preocupações do seu partido “tinham razão de ser”.
“Este é um facto, ninguém conhece e sabe a verdadeira situação financeira e económica da CV Airlines”, declarou, acrescentando que as “contas não são apresentadas desde a privatização dos TACV” e não se conhece os custos da reestruturação.
Conforme observou, o Estado, ou seja, “os cabo-verdianos”, continua a financiar a empresa num processo “intransparente e ao arrepio de todas as leis da República”.
“E para agravar a situação, sabe-se através da comunicação social que a CV Airlines pretende contrair mais dívidas de longo prazo e que o Governo pode vir a ser, mais uma vez, o avalista”, observou.
Janira Hopffer Almada interrogou que se o Governo desconhece o facto de os salários poderem estar a ser assegurados pela ASA, como se pode continuar a avalizar os empréstimos da CV Airlines.
“A gravidade deste caso obriga que o chefe do Governo e o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, informe o parlamento e o País sobre a real situação da CV Airlines”, enfatizou.
Com Inforpress
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