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Carlos Silva pode estar de saída da Infra-estruturas de Cabo Verde. Potencial substituto, Luis Moreira, contestado internamente por ligações à oposição
Política

Carlos Silva pode estar de saída da Infra-estruturas de Cabo Verde. Potencial substituto, Luis Moreira, contestado internamente por ligações à oposição

O actual presidente da Infra-estruturas de Cabo Verde poderá deixar o cargo nos próximos tempos para ir assessorar Harold Tavares, filho da ministra Eunice Silva, no Banco Mundial. Para o seu lugar, consta que estará sobre a mesa Luis Moreira, nome que não colhe apoio nem na ICV nem nas hostes ventoinhas por ser sobrinho do presidente do PAICV, além do facto de o actual presidente dessa empresa pública ser marido de uma sobrinha da ministra que é arquitecta na ICV, o que poderá configurar nepotismo, segundo elementos afectos à candidatura de Orlando Dias. Carlos Silva e Luis Moreira, todavia, negam essa informação.

Segundo fontes de Santiago Magazine, Harold Tavares – cuja indicação para director executivo suplente do Banco Mundial em representação de Cabo Verde foi surpreendente e polémica no país – terá convidado o actual presidente da Infra-estruturas de Cabo Verde, Carlos Silva (à direita na foto), para o assessorar naquela instituição da Bretton Woods.

Diante desse cenário, teria sido o próprio Carlos Silva a ‘apadrinhar’, no dizer das nossas fontes, a nomeação do engenheiro Luis Moreira para liderar a ICV, estando o dossier, por esta altura, nas mãos da ministra Eunice Silva que o deverá endossar para aprovação do primeiro-ministro nos próximos dias.

O problema, atestam os contestatários, sobretudo orlandistas que integram do grupo de apoio à candidatura de Orlando Dias à presidência do MpD, é que o esquema que se prepara para nomear Moreira como presidente da ICV patina na moralidade quando se atribui determinados cargos de chefia.

Pelos contactos efectuados por Santiago Magazine, nota-se uma forte contestação dos orlandistas face a este hipotético e programado cenário sobretudo pelo facto de Luis Moreira (à esq. na foto) ser sobrinho de altas figuras do PAICV, no caso o líder Rui Semedo e Sílvio Moreira, havendo aí “grandes ligações a um partido da oposição”. A acontecer, a nomeação de Moreira, no entender dos seus detratores, daria razão àquilo que o candidato à liderança do MpD, Orlando Dias, vem criticando faz tempo, em como o Governo tem dado mais oportunidades a pessoal de fora do que aos militantes de base e sem lobbies familiares.

Esta analogia tem a ver também com o facto de o secretário-geral do partido ventoinha, Luis Carlos Silva, ser também sobrinho da ministra Eunice Silva, cargo partidário que lhe foi atribuído com alguns amargos de boca na altura.

Outrossim, acrescentam os nossos interlocutores que o cordel de ascensão de familiares Silva roça a nepotismo, já que Carlos Silva vive maritalmente com uma sobrinha da ministra das Infra-estruturas, Eunice Silva, e que trabalha como arquitecta na própria ICV. O que, para as nossas fontes, poderá configurar nepotismo.

Contactado por Santiago Magazine, Carlos Silva desmentiu que estaria de saída para o Banco Mundial, mas admitiu que a sua continuidade na presidência da ICV é competência do Governo, ou seja, disse ele, “não posso garantir que vou continuar de pedra e cal, caberá ao governo dizer isso, pode a qualquer momento decidir pela minha saída”.

Também Luis Moreira, em conversa com este diário digital, negou haver qualquer convite para presidir a ICV, procurando antes querer saber quem deu essa informação ao Santiago Magazine.

Entretanto, fontes bem informadas e sabedoras de todo o processo, reafirmam o desenho para Luis Moreira assumir a presidência da empresa estatal ICV assim que Carlos Silva deixar o cargo, o que poderá acontecer nos próximos meses. Aliás, nos corredores da ICV este assunto vem sendo aflorado entre os funcionários com cautela, mas admitem haver esse clima de indefinição e suspense que paira sobre o futuro da Infra-estruturas de Cabo Verde.

A bola, agora, estará do lado do governo que homologa a proposta eventualmente existente ou bate em retirada, para baralhar e voltar a dar as cartas de novo.

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