Cabo Verde vai incluir o exército de São Tomé nos exercícios militares nas suas águas territoriais, nos quais já participam forças de Portugal, Espanha, França, Brasil e Estados Unidos, anunciou o ministro da Defesa cabo-verdiano.
Luís Filipe Tavares fez este anúncio no final da assinatura de um acordo de cooperação no domínio da defesa entre os governos de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe.
Ao lado do ministro da Defesa e Administração Interna da República de São Tomé e Príncipe, Arlindo Ramos, que até domingo está em Cabo Verde em visita oficial, Luís Filipe Tavares sublinhou aos jornalistas a importância do acordo assinado entre os dois países.
“É um acordo importante que prevê a intensificação das nossas relações no domínio da formação e da participação dos exércitos de ambos os países e exercícios militares conjuntos nas nossas águas territoriais, de Cabo Verde e São Tomé”, disse.
O ministro cabo-verdiano recordou que São Tomé faz parte da zona marítima de proteção e vigilância marítima da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEO) e que existe uma parceria entre a CEDEO e os países do G7, organização que visa a estabilidade, segurança marítima e liberdade de navegação no Golfo da Guiné e é atualmente presidida por Cabo Verde.
Antes da assinatura do acordo, os dois ministros falaram sobre a cooperação entre os dois países no setor da formação dos oficiais, com Luís Filipe Tavares a defender um incremento desta colaboração.
O ministro cabo-verdiano anunciou que o exército de São Tomé será incluído nos exercícios militares conjuntos que atualmente são feitos nas águas territoriais de Cabo Verde, nos quais participam as forças de Portugal, Espanha, França, Brasil e Estados Unidos.
“O acordo de segurança é importante e vai reforçar os laços de cooperação entre os nossos dois países”, disse o governante, defendendo “mais segurança nesta região do Atlântico”.
“Sabemos que no ano passado houve mais de 400 atos de pirataria nesta sub-região do Golfo da Guiné. No quadro das nossas responsabilidades internacionais, temos que trabalhar juntos para contribuir para a segurança do Golfo da Guiné, que é uma zona com muitos problemas de natureza política, conflitos étnicos, políticos, uma grande instabilidade”, adiantou.
Por seu lado, o ministro da Defesa e Administração Interna de São Tomé e Príncipe, Arlindo Ramos, também destacou a importância do acordo, recordando que ambos os países estão em zonas de conflitos.
“A nossa ambição é reforçar a nossa capacidade de fiscalização marítima no Golfo da Guiné. Esta cooperação com Cabo Verde vai-nos permitir formar os nossos homens e adquirir maior capacidade para que essa fiscalização seja feita com maior eficácia possível”, disse.
Segundo Arlindo Ramos, Cabo Verde e São Tomé têm os mesmos parceiros, uma vez que colaboram com os Estados Unidos e Portugal na área da segurança marítima.
Por esta razão, “não vai ser muito difícil estabelecer essa relação de cooperação no âmbito da segurança marítima”, disse o ministro.
Arlindo Ramos encontrou-se depois com o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses e Silva, antes de ser recebido com honras militares junto ao edifício do Estado-Maior das Forças Armadas e de visitar o Centro de Operações de Segurança Marítima – COSMAR.
Com Lusa
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