Assembleia Municipal da Praia aprova deliberação para emissão de empréstimo obrigacionista na Bolsa de Valores
Política

Assembleia Municipal da Praia aprova deliberação para emissão de empréstimo obrigacionista na Bolsa de Valores

A Assembleia Municipal (AM) da Praia aprovou hoje a deliberação sob proposta da câmara municipal para a emissão do empréstimo obrigacionista junto da Bolsa de Valores de Cabo Verde no montante de dois milhões de contos.

Em declarações à imprensa, à margem a quarta sessão extraordinária da Assembleia Municipal da Praia, que decorre hoje e quarta-feira, o deputado da bancada municipal do Movimento para a Democracia (MpD), Manuel Alves, afirmou que o seu partido votou contra a deliberação por entender que a câmara não está em condições de contrair dívidas.

“A Câmara da Praia é uma câmara que desde que iniciou as funções nunca apresentou as contas na Assembleia Municipal e o relatório de conta de gerência de 2021 e 2022 está pendente, não há relatório de actividades, não sabemos qual é o nível de endividamento da câmara”, salientou.

A câmara da Praia, acrescentou, não está em condições de avançar com este endividamento porque a proposta apresentada da deliberação diz que a receita corrente anual da autarquia é de cerca de 2,5 milhões de contos, quando na verdade, realçou, nunca houve uma receita corrente na câmara.

O deputado do partido da oposição camarária considerou ainda que este empréstimo é “eleitoralista”, acusando a câmara de ser “pouco séria, que não presta contas”.

Por seu turno, o líder da bancada do PAICV, Aquiles Barbosa, destacou a importância da deliberação, que ao seu ver, irá permitir garantir a unificação da dívida da câmara da Praia e com taxa de juro mais baixas, lembrando que é uma prática nova que praticamente todos os municípios têm aderido e demonstrado resultados.

“Temos várias dívidas nos vários bancos e, no decorrer do mês, o pagamento feito às instituições bancárias são em datas diferentes, e com este empréstimo teremos um pagamento mensal menor do valor pago a todos os bancos, numa única data fixa”, disse, asseverando que esta medida irá permitir para que a autarquia praiense tenha um fôlego financeiro e verbas para fazer investimentos no município.

Aquiles Barbosa criticou as declarações da bancada do MpD de que esse empréstimo tem fins eleitoralistas, salientando que a oposição está mais preocupada com as eleições autárquicas do que com o desenvolvimento do município da Praia.

“As eleições, provavelmente, serão entre Setembro e Novembro e a câmara não pode parar de trabalhar por causa disso e é claro que a oposição apresentou as suas justificativas do porque não ter votado uma iniciativa importante e estão com medo que a câmara irá utilizar esse dinheiro para fins eleitoralistas porque na verdade durante os 12 anos de mandato procederam dessa forma”, declarou.

Por seu lado, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, afirmou que o empréstimo obrigacionista é o primeiro empréstimo que a edilidade praiense está a fazer nesses três anos de mandato, destacando que o mesmo tem três objectivo essenciais: a reestruturação da parte financeira, o pagamento de dívidas da anterior equipa e aposta em investimentos para o município.

A câmara, indicou, pretende com esta decisão avançar com a construção de obras fundamentais para o município da Praia, designadamente de vários bairros, estradas, construção de casas de juventude, a construção do parque ecológico, um espaço para a realização de espectáculos, construção de um novo edifício da câmara e ainda a reabilitação de casas e construção de casas de banho.

“Temos assistido à forma como o MpD tem atacado a gestão que estamos a fazer da câmara da Praia. Desde o primeiro dia assumiu uma postura de conflito e de ataque à camara”, afirmou, frisando que a edilidade sabe que se depender da vontade do MpD, partido político, dos deputados municipais do MpD, a Praia não vai ter empréstimo obrigacionista aprovado.

“Acreditamos e confiamos nas instituições, todos nós estamos a assistir a Bolsa de Valores a realizar operações semelhantes com outras câmaras municipais acreditamos que não vamos ser discriminados pela Bolsa de Valores, confiamos na Bolsa de Valores, acreditamos na gestão da equipa que está lá é por isso que estamos a desenvolver todo esse processo”, concluiu.

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