Israel. Violência já chegou às ruas de Belém... por culpa de Trump
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Israel. Violência já chegou às ruas de Belém... por culpa de Trump

O presidente dos EUA reconheceu esta semana Jerusalém como capital de Israel e abriu o cenário de uma nova Intifada na região. Pelo menos em Belém, já há confrontos nas ruas. Mas sabe por que Israel e Palestina brigam por Jerusalém? Confira.

Donald Trump decidiu reconhecer Jerusalém como capital de Israel como um passo decisivo rumo à paz na região, mas o resultado arrisca ser exatamente o oposto do pretendido. Neste momento, as ruas de Belém foram palco dos primeiros confrontos entre palestinianos e as forças militares israelitas e o cenário é desolador um pouco por todo o território da Cisjordânia.

As escolas e lojas encontram-se fechadas devido à greve geral de protesto contra o anúncio do presidente dos Estados Unidos mas também devido ao medo do escalar de violência.

Cristãos e muçulmanos da Palestina estão mais unidos que nunca contra o inimigo comum, que desta vez dá pelo nome de Donald Trump. Para o líder norte-americano, a sua polémica decisão teve por objectivo romper com as fórmulas gastas e ineficazes do passado e a verdade é que em Jerusalém, nada será como antes.

Afinal, o que está em causa? Saiba tudo em 10 perguntas e respostas:

1. De quem é Jerusalém?

A cidade está sob controle de Israel desde a Guerra dos Seis Dias (1967), mas na prática é dividida entre lado ocidental, que tem maioria judaica e abriga o Parlamento israelense, e oriental, de maioria árabe, reivindicado pelos palestinos (a Autoridade Nacional Palestina está em Ramallah, Cisjordânia).

2. O que se reivindica?

Israel afirma que Jerusalém é sua capital única e indivisível, recorrendo a episódios históricos; os palestinos pleiteiam que Jerusalém Oriental seja a capital de seu futuro Estado, também alegando razões históricas.

3. O que diz o mundo?

A ONU determinou, em 1947, que Jerusalém fosse uma cidade com regime internacional, sem controle exclusivo de judeus, árabes ou cristãos. A maioria dos países hoje apoia a solução de dois Estados, determinada por negociações de paz entre israelenses e palestinos (congeladas desde 2014).

4. O que Trump disse?

Que os EUA reconhecem Jerusalém como a capital de Israel e que mudarão sua Embaixada em Israel, hoje em Tel Aviv, para a cidade em uma data futura.5. Quando os EUA mudarão a embaixada?

Trump declarou iniciados os preparativos para a mudança, mas ao mesmo tempo assinou um adiamento por seis meses, como têm feito todos os presidentes dos EUA desde Bill Clinton em 1995. Ele não estipulou prazos e pode voltar a adiar o processo.

6. Então o que muda?

Na prática, nada. Trump ressalta que a definição das fronteiras sob soberania israelense deve ser objeto das negociações de paz israelo-palestinas e pede que a cidade fique aberta para "todas as fés"; segundo o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, o status dos locais sagrados será mantido.

7. Quem tem embaixada em Jerusalém?

Ninguém. Israel é reconhecido pela imensa maioria dos países, e apenas nações muçulmanas do Oriente Médio negam sua legitimidade (as exceções são o Egito e a Jordânia). Por causa da indefinição do status da cidade, porém, todos mantêm suas representações em Tel Aviv.

8. E o processo de paz?

Washington passa a ser visto como ator parcial, favorável aos israelenses, o que dificulta para os palestinos aceitar sua mediação. O alerta foi feito não só por países críticos aos EUA, mas também por governos europeus, a UE e a ONU.

9. Qual o papel dos EUA na negociação?

Os EUA foram o principal mediador do processo de paz desde 1967 - incluindo os acordos de Oslo (1993) e Camp David (2000), o Mapa do Caminho proposto com Rússia, UE e ONU (2003) e as negociações em Annapolis (2007) e Washington (2010).

10. E o pleito palestino?

A reivindicação sobre Jerusalém Oriental como capital de um Estado palestino pode ser mantida, mas há risco de a decisão dos EUA inflamar os muçulmanos na região e provocar uma nova onda de violência.

Com Euronews e noticiasaominuto.com.br

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