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Tarrafal e os atores da mudança
Ponto de Vista

Tarrafal e os atores da mudança

O leitor habituado ao estilo da nossa democracia tradicional, deverá estar a pensar que os atores a que o título faz referência, são os políticos ou candidatos a cabeças de listas à Camara ou à Assembleia Municipal e seus integrantes? Pois, se enganam redondamente, estes são meros cidadãos que, enquanto parte do “POVO” e que pelas suas habilidades e conhecimentos, se posicionam para contribuir!

Então é legitimo considerar a esta mudança que o tempo e a vivência injectou no sentimento do povo de Tarrafal, invadiu o pensamento e hoje anda de boca em boca, construindo um ideal, sem actores isolados. Pertence ao povo! Sim, a este povo que fez-se à estrada da governação autárquica ciente das suas necessidades e crentes nos programas que foi renovando ano a ano até se somarem trinta. Apesar de termos a vergonhosa memória de uma violação da vontade democrática, cujas actas de algumas mesas de voto até hoje não apareceram – só se sabe que alguma urnas foram encontradas atrás do cemitério, boletins de votos no mar de Ponta de Atum, no entanto, a CNE fez orelhas moucas legitimando o poder ao Movimento para Democracia, no Tarrafal.

Então já que não há actores, mas, sim uma população caracterizada pela fidelidade e determinação, verificamos que se esgotaram as razões e o fio de ligação que mantinha com o tradicional poder autárquico assumidamente MPDista. É a linguagem do tempo e o princípio do ciclo de vida (político) a manifestar-se. Ou seja, no Tarrafal, o MPD nasceu, cresceu, reproduziu-se, envelheceu e agora está a morrer, enquanto poder autárquico. No entanto, existe uma forma de mantê-lo vivo clinicamente, seria ligá-lo ao aparelho do Governo, para renovar o mandato e ao desligá-lo continuar morribundo. O Governo da Praia e todo o sistema MPD já sabe que vai perder Tarrafal. Em 2016 escapou por pouco mais de seiscentos votos, com o agravante de este último mandato ser o pior de todos.

Vale a pena concluir esta breve reflexão pública, sobre as próximas eleições autárquicas no Tarrafal com um exercício sobre os próximos candidatos:

O duelo entre os “Soares” – Presidente e ex vereador, ora deputado -, acabou por levar os dois à corda. O primeiro sai fragilizado pelo famoso audio de 10 minutos caracterizado de incompetente, pouco dialogante, anti democrático, intransparente, violador dos direitos de trabalhadores, enfim, “elogios” que nenhum político em vésperas do final de mandato gostaria de ouvir. E o segundo, por ter sido infeliz na conjutura que escolheu para tecer estes “elogios” ao seu ex Chefe e apanhado pelo azar de ter sido gravado por um grupo de co-militantes ao serviço de uma outra força interna emergente, expondo assim seu partido numa assembleia de militantes, presidido ao mais alto nivel pelo presidente do partido.

As disponibilidades de candidatos sensiveis ao MPD para Tarrafal, contam-se pelos dedos de uma mão. No entanto, o jornal A nação acabou por apresentar Celso Ribeiro como o homem do momento. Diríamos que uma espécie de receita viva para salvar a epidemia. Será? E de o que é que Tarrafal precisa politicamente? Eis as questões que o povo equaciona e reage para brindar Tarrafal com o melhor lider acompanhado da melhor equipa.

Certos estamos de que o problema do Tarrafal é sistémico. Por isso não vale a pena atacar a febre, tomando uma simples aspirina, equivalente a mudar de rosto e manter o corpo. Precisamos de um antidoto para atacar a raíz do problema e eliminar de vez a patologia, ou seja, o sistema instalado há trinta anos, ora viciado e falido, parafraseando José Soares, precisa devolver o poder ao povo e este entregá-lo a uma nova força. Isto é que é MUDANÇA!

A ALTERNATIVA está constituida e avança a passos firmes, Tarrafal está a se identificar com ela e certamente os seiscentos votos que faltaram em 2016, serão determinantes para a MUDANÇA agora em 2020.

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Redação