O navio de patrulha oceânico Sines, da Marinha Portuguesa, encontra-se em Cabo Verde até sábado para realizar missões de fiscalização marítima, iniciando hoje uma demonstração de capacidades a bordo, no Porto Grande, Mindelo, na ilha de São Vicente.
"O navio chegou no dia 02 de agosto. Nesta segunda-feira, faremos um embarque, no Porto Grande do Mindelo, ilha de São Vicente, com algumas entidades cabo-verdianas, parceiros habituais da Marinha Portuguesa, para demonstração das capacidades e procedimentos operacionais do navio. Isso permite às autoridades decidirem quem embarca nas missões seguintes", explicou à Lusa o adido de Defesa de Portugal, capitão-de-mar-e-guerra, Carlos Afonso.
Nos próximos dias, até sábado, a missão vai decorrer em coordenação com o Centro de Operações de Segurança Marítima (COSMAR), a Guarda Costeira, a Polícia Judiciária, a Inspeção Geral das Pescas e outras entidades nacionais na vasta Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Cabo Verde, com mais de 734 mil quilómetros quadrados.
"O grande desafio é, num curto espaço de tempo, fiscalizar a maior área possível, tendo em conta a dimensão da ZEE. É essencial otimizar a localização do navio e das equipas embarcadas", referiu o responsável, apontando ainda a importância da coordenação e da interoperabilidade entre os dois países.
Estas ações enquadram-se no tratado de fiscalização conjunta, que permite a embarcação de equipas mistas cabo-verdianas – compostas por elementos da Guarda Costeira, Polícia Judiciária, Inspeção das Pescas e Polícia Marítima – em unidades navais ou aéreas portuguesas, para fiscalização de atividades como pesca ilegal, tráfico de pessoas ou narcotráfico.
"É um esforço partilhado, que permite a Portugal disponibilizar meios para projetar a autoridade do Estado de Cabo Verde no mar. Essa é a grande mais-valia deste tratado", afirmou.
Além das missões no mar, a estadia do Navio da República Portuguesa (NRP) Sines em Cabo Verde inclui ações de treino e formação para reforçar a capacitação institucional local, com treinos conjuntos de abordagem e fiscalização, conduzidos por militares portugueses com experiência operacional.
"Trata-se de uma relação recíproca, que reforça a interoperabilidade entre forças, essencial para atuarmos de forma coordenada", acrescentou.
Esta é a segunda passagem do NRP Sines pelo arquipélago em 2025, no âmbito da Iniciativa Mar Aberto, que visa aprofundar a cooperação no domínio da defesa, promover a diplomacia naval e apoiar a política externa portuguesa.
Em maio, o navio esteve também em missão em Cabo Verde, com escala na cidade da Praia.
Trata-se de uma "resposta do Estado português face à insegurança marítima no Golfo da Guiné", integrada nas presenças marítimas coordenadas entre países da União Europeia, ao longo da costa africana.
O NRP Sines é comandado pelo capitão-tenente fragata Vítor Manuel da Silva Santos e conta com um total de 59 militares: 13 oficiais, 14 sargentos e 32 praças – incluindo uma equipa de segurança dos fuzileiros, uma equipa de mergulhadores e uma equipa para operação de sistemas aéreos não tripulados (‘drones’).
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A equipa do Santiago Magazine