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Um governo imoral
Editorial

Um governo imoral

Percebe-se que em termos de obras, o atual governo ventoinha tem para apresentar muito pouco, ao contrário dos governos de décadas anteriores, a partir do início dos anos 90. Nenhum aeroporto, nenhum hospital, nenhuma grande estrada nacional, nenhuma escola secundária e nenhuma universidade. A verdade é que o governo do MPD não fez, até agora, nenhuma obra estrutural, tem-se limitado a intervenções menores e a abarbatar competências das câmaras municipais.

Ulisses e a sua entourage já perceberam que o desfecho das autárquicas pode ser desastroso para o MPD, colocando mesmo o seu líder na constrangedora posição de vir a ser, na história deste partido, o primeiro a perder umas eleições locais.

No vale tudo para ganhar aritmeticamente as próximas eleições autárquicas, mesmo que as perca politicamente, Ulisses, ao mesmo tempo que aciona todos os meios disponíveis para mobilizar recursos financeiros e utilizar a máquina social do Estado para comprar consciências, faz vista grossa à sua própria verborreia de “todo o poder aos municípios” para abarbatar para o governo os louros do ciclo de inaugurações em curso, fazendo tábua rasa das reiteradas juras de empoderamento dos municípios e descentralização de competências.

Governo menoriza o poder local

O descaramento é tal que obras concebidas e projetadas por câmaras municipais, recorrendo a recursos do Turismo e do Ambiente, são apresentadas pela propaganda e inauguradas como obras do governo, menorizando o poder local, quando é sabido que os recursos desses fundos são das próprias autarquias.

É como se alguém, convidando para um jantar, pagasse a conta com o próprio dinheiro dos convidados que, previamente, lhe foi rapinado das carteiras!

A intenção é óbvia: dando como muito provável uma derrota eleitoral autárquica, Ulisses e a sua entourage já começam a apostar tudo numa estratégia de ilusionismo para as legislativas de 2026, utilizando obras que não são do governo, mas aparentando-as como tal.

Uma política de enganação

Esta enganação da descentralização de competências já é antiga e começou, logo nos primeiros tempos da governação ventoinha, com o PRRA (Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidade) a mostrar os apetites do governo em matéria de centralização e utilizando o programa segundo as conveniências políticas de ocasião, retirando autonomia aos municípios e utilizando os recursos de forma discricionária.

Neste particular, o caso da Praia é sintomático. O PRRA foi utilizado como condicionamento e instrumento de combate político ilegítimo à atual governação autárquica, causando prejuízos à população.

Na sua sanha de mostrar serviço, passando por cima dos municípios, o governo abarbatou para si a construção de habitações sociais e mesmo de casas de banho, contrariando uma crítica recorrente que o MPD, na oposição, fazia ao governo anterior.

Zero obras estruturais

Percebe-se que em termos de obras, o atual governo ventoinha tem para apresentar muito pouco, ao contrário dos governos de décadas anteriores, a partir do início dos anos 90.

Nenhum aeroporto, nenhum hospital, nenhuma grande estrada nacional, nenhuma escola secundária e nenhuma universidade. A verdade é que o governo do MPD não fez, até agora, nenhuma obra estrutural, tem-se limitado a intervenções menores e a abarbatar competências das câmaras municipais.

Desespero fala mais alto

O descaramento é tal que o primeiro-ministro tem vindo a adiar o anúncio da data das eleições autárquicas, visando ganhar tempo para alargar ao máximo este ciclo de inaugurações, obstando a que o processo eleitoral seja preparado atempadamente pena CNE e decorra com o mínimo de constrangimentos.

Paralelamente, o Ministério das Finanças foi transformado em autêntica sede do MPD na cidade da Praia, com Olavo a reunir com jovens, rabidantes e etc., fazendo promessas que não vai cumprir, antecipando a campanha eleitoral, promovendo vantagens ilegítimas à candidatura do seu partido, jogando o tudo por tudo para assaltar a Câmara Municipal por métodos antidemocráticos e nada republicanos.

São consequências do desespero…

A direção,

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Comentários

  • Reverendo Luiz Nunes, 16 de Ago de 2024

    Não entrando no mérito da Opinião em si, mas apenas realçando uma contradição na matéria: o título com o que foi escrito não combina com a ilustração escolhida! Embora esteja escrevendo sobre um, a foto mostra outro governante.
    Além de confuso também induz ao erro…
    Particularmente peço as Bençãos de DEUS por todos os Governantes e demais autoridades.


  • Casimiro Centeio, 15 de Ago de 2024

    Perfeito o que se disse neste Artigo.
    Segundo um axioma qualquer, a vida é como um restaurante, ninguém sai sem pagar. O que o sr.PM fez/faz a este povo, traído e enganado, particularmente os jovens em debandada, ele não sairá livre das consequências !