O Governo concedeu mais um aval, desta vez de 650 mil contos, à TACV para a realização de investimentos na aquisição de um segundo avião.
Conforme o Boletim Oficial desta quinta-feira, a TACV recorreu ao empréstimo junto do Banco Cabo-verdiano de Negócios (BCN) para dar continuidade ao seu programa de investimentos com a aquisição do segundo avião.
No mesmo documento lê-se ainda que o Governo considera esta operação “fundamental” para o desenvolvimento da actividade da empresa, bem como a materialização do seu plano de estabilização financeira.
Diz ainda o documento que para fazer face às necessidades de financiamento apresentadas no seu Plano de Retoma e Estabilização, a empresa tem recorrido também a outras fontes para captação de recursos, como o crédito bancário.
A TACV, que tem o nome comercial CVA, está há pouco mais de um ano a relançar a actividade após a paragem provocada pelas restrições da pandemia de covid-19.
Já tinha prorrogado em Fevereiro passado, em simultâneo e também por 12 meses, outros dois empréstimos, neste caso junto da Caixa Económica de Cabo Verde, no valor de 100 milhões de escudos e de mais de 110 milhões de escudos.
O Governo também já tinha aprovado em Dezembro passado um aval do Estado de 250 milhões de escudos à companhia, para apoiar a tesouraria e continuar as operações e actividades previstas ainda para 2022.
Em Fevereiro de 2022, o Governo tinha atribuído outro aval para um empréstimo de 1,5 milhões de euros à TACV, face a “necessidades de emergência”, como o pagamento de salários.
O Estado prevê injectar anualmente mil milhões de escudos na TACV nos próximos três anos, para garantir a estabilidade e recuperação da companhia aérea, antes de a voltar a reprivatizar.
Em Março de 2019, o Estado vendeu 51% da TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines) e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
Entretanto, na sequência da paralisação da companhia durante a pandemia de covid-19, o Estado assumiu em 06 de Julho de 2021 a posição de 51% na TACV, alegando vários incumprimentos na gestão a cargo dos investidores islandeses e dissolveu de imediato os corpos sociais.
A TACV suspendeu os voos comerciais em Março de 2020, devido às restrições nos voos para conter a pandemia e só retomou a operação, já de novo nas mãos do Estado, em Dezembro de 2021, ao fim de 21 meses, com ligações entre a Praia e Lisboa, alargadas em 2022 da capital portuguesa também às ilhas do Sal e de São Vicente.
Em 17 de Maio, a presidente da companhia, Sara Pires, previu a retoma dos voos para Bissau, dez anos depois, e voos no inverno para o Boston e Brasil.
“Neste momento, a Cabo Verde Airlines tem voos de e para Lisboa. Nós, a partir do mês de Julho, estaremos a introduzir os voos para Paris e a partir do ‘Inverno IATA’ introduzir os voos para Boston e para o Brasil”, avançou ainda.
A TACV vai operar a partir de Julho com um Boeing 737-8 MAX, para acrescentar ao Boeing 737-700 alugado desde Março de 2022 à congénere angolana TAAG, que tem assegurado desde então as ligações de Cabo Verde a Portugal.
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