Menos de 8% do crédito concedido pelos bancos comerciais cabo-verdianos até Dezembro passado estava em situação de incumprimento, o valor mais baixo em vários anos, segundo dados do Banco de Cabo Verde (BCV) compilados hoje pela Lusa.
De acordo com o recente relatório Indicadores do Sistema Bancário do BCV, com os principais indicadores financeiros e prudenciais de Instituições de Crédito de Autorização Genérica (ICAG) relativos a Dezembro de 2022, os bancos comerciais tinham concedido até então créditos totais de 144.116 milhões de escudos.
Tratou-se de um aumento de 7,8% face ao crédito concedido até Dezembro de 2021, que foi então de 133.686 milhões de escudos, e o valor acumulado mais alto de sempre, segundo o histórico do BCV.
Do crédito concedido até Dezembro, 11.247 milhões de escudos estavam em situação de “incumprimento”, equivalente a 7,8% do total, contra 8,1% do total em Dezembro de 2021 e o pico de 14,3% em 2016.
Ainda em Dezembro passado os bancos consideravam 23.787 milhões de escudos (216,8 milhões de euros) como “crédito em risco”, equivalente a 16,5% do total, que compara com 14,2% em 2021 ou o pico de quase 20% em 2015.
O relatório do BCV refere ainda que até ao final de 2022 créditos no total de 11.540 milhões de escudos tinham sido reestruturados pelos respectivos bancos, renovando máximos de 2021, de 6.947 milhões de escudos, e de 2020, de 8.551 milhões de escudos.
Além dos sete bancos com licença genérica, comerciais e que empregavam no início de 2022 praticamente 1.300 trabalhadores, funcionavam em Cabo Verde quatro bancos apenas para clientes não residentes, considerados ‘offshore’, como Instituições de Crédito de Autorização Restrita (ICAR), regime que terminou no final de 2021.
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