O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, afirmou hoje que Cabo Verde vive, neste momento, uma emergência alimentar, energética e financeira e alertou os cabo-verdianos para a mudança do status-quo.
“De vez em quando vejo a circulação de viaturas em Cabo Verde, comparado com aquilo que acontece em outras paragens hoje, e vejo que às vezes nós não estamos a comportar em função do quadro actual e em função da crise. Dizemos que estamos em crise, mas depois activamos o status quo”, lamentou Olavo Correia.
O governante falava durante o encerramento da conferência internacional “Dos cenários alternativos da economia mundial ao futuro de Cabo Verde no contexto internacional”, que teve como orador o professor Doutor português António Rebelo e Sousa.
Olavo Correia sublinhou que é preciso evitar mais do mesmo, mudar “essa atitude normal” que em nada combina com a situação de crise alimentar, de crise energética e crise económica e financeira.
“Todos são chamados a ajustar, a mudar, a adaptar-se. O Estado, as famílias e as empresas. Nós não podemos fazer de conta que estamos em crise, mas tudo vai manter-se constante. Esta é uma realidade que vamos ter que enfrentar de frente”, disse.
Ao falar dos desafios do país, o vice-primeiro-ministro disse que enquanto um pequeno Estado insular, Cabo Verde é um país muito dependente dos combustíveis fósseis e de bens alimentares importados, que têm condicionado a evolução dos preços e impactar de forma forte a economia cabo-verdiana.
Por isso defendeu que, neste momento difícil de crise, é preciso ter uma visão clara, que passa por fazer de Cabo Verde uma zona económica especial, ancorada em vários sectores.
“Investir nas energias renováveis, no digital e no capital humano são os propósitos de Cabo Verde que enquanto pequeno Estado insular tem de estar conectado com o mundo”, realçou.
A conferência internacional “Dos cenários alternativos da economia mundial ao futuro de Cabo Verde no contexto internacional” foi realizada pelo Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial, em parceria com o Banco de Cabo Verde e visava analisar os cenários alternativos da economia mundial e suas implicações no futuro de desenvolvimento de Cabo Verde.
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