Nāo penso, logo nada existe
Cultura

Nāo penso, logo nada existe

Porque me quedo no silêncio / E deixo o meu mundo arder.

 

No meu silêncio

Há o choro escondido dos que sofrem

Há o desespero da incógnita

Há a tristeza dos que sentem

 

Na minha paz

Há lutas e medos

Há gritos e tempestades

Há a esperança da morte.

 

Na cegueira da minha justiça

Há vozes que se calam

Indiferentes à realidade

Dos que nāo partilham o meu ar.

 

Na serenidade da minha (in)sanidade

Há dor...

A dor da desigualdade

Da falta de oportunidades.

 

Na minha fresca manhã soalheira

Há nuvens negras

Há luz esquiva

Há sombras

Há portas fechadas

Janelas gradeadas

Há um nó na garganta

Um soco no estômago

Que desfaz as entranhas.

Nāo as minhas...

Porque me quedo no silêncio

E deixo o meu mundo arder.

 

Partilhe esta notícia

Comentários

  • Este artigo ainda não tem comentário. Seja o primeiro a comentar!

Comentar

Os comentários publicados são da inteira responsabilidade do utilizador que os escreve. Para garantir um espaço saudável e transparente, é necessário estar identificado.
O Santiago Magazine é de todos, mas cada um deve assumir a responsabilidade pelo que partilha. Dê a sua opinião, mas dê também a cara.
Inicie sessão ou registe-se para comentar.