O Presidente da República, José Maria Neves, lançou hoje, na Cidade da Praia, o primeiro livro do seu mandato intitulado “No Ofício do Bem Comum” que retrata as principais intervenções públicas no exercício da sua magistratura.
Durante a cerimónia do lançamento deste livro, o Chefe de Estado disse que se trata de uma colectânea da recolha, de forma sistematizada, dos pronunciamentos oficiais dele, desde a investidura no cargo, em Novembro de 2021, e durante todo o exercício do primeiro ano de mandato, à luz dos compromissos firmados com os cabo-verdianos, residentes e na diáspora, e todos os que escolheram Cabo Verde para viver.
Ainda durante a sua intervenção afirmou que “não é fácil” ser Presidente, no sistema de Governo deste País.
“No nosso sistema de Governo, o Presidente não governa e é árbitro e moderador do sistema político e é difícil ser Presidente nesse sistema de Governo pela sua plasticidade. E claro que não é Governo e nem oposição ao Governo, mas também não é “clak” do Governo”, afirmou.
Neste particular, acrescentou que muitas vezes o Governo espera que o Presidente lhe bata palmas enquanto que a oposição espera que o Presidente faça o papel que é dela, frisando que esse equilíbrio “não é fácil”, onde “há excessiva partidarização” do espaço público.
Mas, sustentou que o Presidente pode aconselhar, sugerir, com “muita ponderação”, tomando as suas posições públicas, autonomamente. E conforme justifica, essas posições públicas, não são mera opinião, são posições de um órgão da soberania, que os outros devem respeitar por uma questão de lealdade constitucional.
“Assim como, o Alto Magistrado da Nação, deve respeitar as decisões dos outros órgãos da soberania e deve fazer tudo, sobretudo as decisões dos tribunais sejam acatadas, respeitadas e cumpridas”, disse.
Avançou também que neste livro, as suas intervenções enquanto Chefe de Estado é para fazer política e colocar em debate questões essenciais da vida da República e contribuir para a realização do bem comum.
Este primeiro volume do seu mandato intitulado “No ofício do Bem Comum”, segundo o Chefe de Estado traz questões que têm a ver com a situação económica e social do País, com o desenvolvimento do poder local, das liberdades fundamentais, da política externa, de defesa, do posicionamento na arena internacional, ou seja, todas as questões que têm a ver com a vida da República.
Concretizou que tem o papel de acompanhar com “muita atenção” o que se refere à República e contribuir para um debate elevado para uma participação cívica dos cidadãos, para o empoderamento da sociedade e o crescimento inclusivo do País.
Por seu turno o apresentador da obra, que é formado em ciência política, Edson Medina, esta colectânea traz uma noção bem clara do que é a realidade do País e mostra também uma ligação muito forte aos afectos.
Edson Medina disse que José Maria Neves é um homem de “afectos”, que marca a trajectória do País depois da democratização e é marcado também, sobretudo, pelo afecto que mantém com o eleitorado e com os cabo-verdianos.
“Este Presidente demonstra conhecer e opina sobre vários aspectos, sobre a sociedade cabo-verdiana, da universidade ao Ensino Superior, do ambiente, da protecção dos mares, da Violência Baseada no Género, a Economia, a própria Política”. Percebe-se nas suas intervenções hoje, que ele já fez a mudança, saiu das vestes do primeiro-ministro e colocou a veste do Presidente, afirmou.
O volume, de sensivelmente 300 páginas, enquadra-se no que é já tradição nacional das publicações presidenciais.
A obra foi apresentada no salão Beijing da Presidência da República, no Platô, na Cidade da Praia.
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