Cultura

Caindinho por ti

Sem cura

Nem remédio

Para a cegueira com que se entrega

E deseja

Segues sozinha

Dentro do meu peito

Marcando compasso

Como quem procura sua alma gémea

Algures

Nessas ilhas do Atlântico

Em que o Verde dá o nome ao Cabo

E a seca cíclica se repete

De ano para ano

E mesmo sem água

A esperança se renova

Pergunto

Onde estás

Timidamente me respondes

De dentro do meu coração

Incrédula

Perguntas-me o que tenho

Porque a noite promete muito

Sem poder responder

Disse-te apenas

que era segredo de poeta

E assim

Se encerrou o poema