José Luiz Tavares lança esta quinta-feira “Como um segredo da boca do Universo”
Cultura

José Luiz Tavares lança esta quinta-feira “Como um segredo da boca do Universo”

Poeta cabo-verdiano dá a conhecer esta quinta-feira, 9, o seu mais recente livro “Como um segredo da boca do Universo – Obra completamente inacabada”. A apresentação está a cargo de Rui Guilherme Silva e acontece na Livraria Pedro Cardoso, na Fazenda, Praia, às 18 horas.

“Englobando mais de uma quinzena de obras, num percurso de vinte anos de publicação, «Como um Segredo na Boca do Universo – Obra Completamente Inacabada», um livro de cerca de mil e quinhentas páginas, além de colocar à disposição do leitor num único volume livros publicados em inúmeras chancelas e díspares geografias (de Moçambique a Colômbia), inclui ainda dois livros inéditos, «As Irrevogáveis Trevas» e «Um Preto de Maus Bofes», a autobiografia poética e existencial do autor”, lê-se no texto-sinopse do livro, enviado pelo autor ao Santiago Magazine.

No dizer de Losé Luiz Tavares, esta obra “pela sua densidade e extensão, construída em duas décadas de publicação, representa a mais singular e consequente aventura criativa da literatura cabo-verdiana, e quiçá da língua portuguesa”, para depois citar Pires Laranjeira, segundo JLT, o maior especialista vivo nas literaturas africanas escritas em português:

(JLT) é provavelmente o poeta mais inusitado que surgiu nas literaturas africanas de língua portuguesa após as independências dos países. Cáustico, irreverente, aliando o classicismo das fontes e o conhecimento vasto da poesia universal ao canto da terra pátria, numa linguagem simultaneamente antiga e moderna, tem uma voz poderosa e altissonante, de uma criatividade completamente fora do vulgar, que surpreende pela eloquência e ironia, como se uma raiva profunda chegasse domada, feliz, e, paradoxalmente cuspindo fogo e melancolia. A poética de José Luiz Tavares: um vulcão de lava jorrando do caos para a ironia e a angústia de uma palavra trançada com fúria e desvelo (...) uma gigantesca paixão consumida pelo ofício de trevas, que busca, em última instância, serenar a medonha inquietação de conciliar a melancolia das origens (um qualquer Cabo Verde que quase se apaga dos textos) com a inaudita força da viagem pelos mundos do sofrimento, a que somente o discurso – a submissão a uma ordem própria – consegue dar sentido, que é o da interrogação sobre a perda, a errância, o obstáculo e a morte, erguendo uma Obra por cima de toda a dureza da pedra, da sociedade, do tempo e da palavra”.

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