Estamos impedidos de circular,
De aglomerar,
Abraçar,
Beijar,
Pedir colo,
Pegar no colo,
Dar colo,
Visitar o outro,
Encontrar com o outro?!
Só virtualmente.
É o isolamento social…impreterivelmente!
Afinal quem somos?!
Somos seres de contato,
Do tato,
Do convívio.
Hoje não temos alívio.
Nós seres humanos...somos nós...?!
Somos seres grupais...somos nós.
O que está acontecendo?
Por que está acontecendo?
Para onde tudo isso nos levará?
A um lugar melhor?
Um planeta melhor?!
Com benefícios para nosso mar,
Florestas,
Atmosfera,
Animais.
Quanto tempo durará?
Haverá cura?!
É pandemia...
Estamos em momento da pandemia...
É pandemia!
É o que se temia.
E agora?
Reflexão! É a hora!
Devemos repensar quem somos...
O que somos...
Repensar tudo sobre tudo...precisamos!
União.
A forma coletiva de proteção.
Exercício coletivo para defendermos,
Da pandemia escondermos.
Somos instruídos,
Todos!
Enquanto não há cura,
A não circular,
O vírus não fazer circular,
Obedecer ao confinamento,
Enquanto não há cura.
Enquanto não há medicamento,
Enquanto a vacina,
Constitui uma procura
Infinitamente.
Pandemia...a nossa sina!
Enquanto não há cura,
Na nossa mente,
Prevalece a saúde do outro,
O bem-estar do outro impreterivelmente
Proteger o outro,
Passa por proteger a nós mesmos.
Convivemos com um "novo normal".
Numa situação deveras anormal.
Com novas regras voltar a normalidade.
Enfrentarmos a realidade.
Com severidade!
Driblando o medo e a ansiedade,
Provocados pelo peso das Mídias.
É o momento de caos!
Infinitas informações,
Místicas,
Religiosas,
Sociais,
Científicas.
Procura-se uma explicação,
A nossa salvação.
Alguém que ocupe a posição
De autoridade,
Mas que autoridade?
Deus?!
A ciência?!
Meu Deus!
Haja clemência!
É de bradar aos céus!
Enquanto não há cura,
Esse invisível vírus nos leva a loucura.
Novas regras de convivência,
Para a nossa sobrevivência.
Para evitarmos mais perdas.
Minimizar os efeitos das perdas.
Dos entes queridos.
Dos nossos conhecidos,
De tempo,
De espaço,
Planos,
Certezas.
Enquanto não há cura,
A tolerância é a procura,
O outro a meta.
Com o outro se comprometa,
Mais alimento.
Mais atendimento médico.
Psicológico.
Está é a nossa pandemia...
Parece um pesadelo.
Um flagelo.
Enquanto não acordarmos,
Enquanto dela não livrarmos,
O que fazer no dia seguinte?
O que fazer com o dia seguinte?
Como acordar no dia seguinte?
Apesar de parecer um feitiço do tempo,
As respostas virão com o tempo!
Com novas atitudes.
Estamos em momento de crise,
Por um deslize.
Perante a consciência da nossa finitude.
Impõe-se eficazes mudanças de atitudes,
Conforto,
Carinho,
Aconchego,
Embora virtuais,
Alimentos fundamentais,
Para alma.
Que muito acalma.
Muita calma,
Enquanto não há cura.
A ansiedade enfrentaremos.
Do corpo e da mente cuidemos.
25.08.2020
* Ângela Adriana Vaz Barbosa Vicente, natural da ilha de Santiago, Cidade da Praia. Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto – Portugal. Mestre em Ética, Filosofia e Política, pela Faculdade de Ciências Humana da Universidade de Cabo Verde. Professora do Ensino Secundário desde 2008 até o presente momento. Atualmente no Liceu Domingos Ramos, faz parte do corpo diretivo do Agrupamento VI, desempenha a função de Subdiretora Pedagógica para o ensino secundário. Os poemas expressam as visões pessoais e do mundo. Descrevem a própria alma, os sentimentos e a vivência das paixões e dos amores. O tema “amor” sempre foi o preferido e um motivo forte para conceber os seus poemas. Os seus poemas têm a marca das iniciais do próprio nome ÂBV.
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