A maior crise social tem a ver com a crise pessoal e identitária. Queremos ser o que os outros querem que sejamos. Certamente isso gera uma esquizofrenia restrita, que poderá provocar danos a longo prazo. O caminho da felicidade e do bem-estar holístico, está estritamente ligado á base identitária. A reputação é o que outros pensam ao nosso respeito e o caráter é a essência mais elevada da construção real, que nos protege a todos os níveis.
A grande questão da psicologia individual e social tem a ver com a definição da nossa identidade pessoal. O caráter não é uma questão de agradar o outro; a reputação sim. O caráter é a essência, mas a reputação é a imagem. Uma é a realidade identitária e a outra é uma mera ficção. O construto do figurino do homem enquanto um ser social, tem tomado uma proporção mais na esfera da imagem do que realidade concreta, aí surge um dos maiores problemas da sociedade moderna. A definição de quem realmente somos. Ness processo se dispara o fenómeno da discrepância social, dúvidas e ceticismo sociológico.
A reputação é a resposta do que os outros pensam sobre nós. A demonstração explícita de uma realidade de quem nos vê ou nos observa. É a definição do externo e nunca do ser. É a resposta do outro sem uma constatação real e profunda. Enquanto o caráter ultrapassa o campo de uma mera constatação vulgar ou comum. É a construção que defini quem realmente somos, isto numa perspetiva objetiva e imutável no sentido restrito. Sim, o caráter possui a sua dimensão imutável; na medida em que nada irá mudar a realidade interna. Nenhuma circunstância terá a ousadia de alterar o quadro interno e único. Quando se estabelece a atitude com base no caráter nenhuma realidade externa terá prevalência ou amplitude. É o único antídoto contra todas e quaisquer manobras externas que chegam.
O caráter define o indivíduo e o indivíduo se define pelo caráter. Enquanto a reputação é o que parece ser, mas não é. Reitero, que é uma resposta do que os outros pensam sobre nós. É o que nós gostaríamos que a sociedade pense e não a verdadeira essência do que realmente somos. Daí, estamos perante um quadro cuja matriz é recheada de incongruência letal. Com isso, cogitamos entre o dilema e a verdade. Está claro que a crise individual e social, está assente nesse grande imbróglio, com consequências nefastas no âmbito emocional e psíquico. Não haverá nenhum instrumento científico, nomeadamente o amparo sociológico ou antropológico que possa auxiliar desse grande dilema do século. No âmbito filosófico, a questão preponderante se reside num questionamento sério. Quem realmente somos? Somos a resposta dos outros ou a resposta para os outros? Uma nova conjuntura precisa se erguer, novas plataformas do saber filosófico e teológico. Com reconhecimento legítimo sobre a nossa verdadeira identidade; Incluindo fundamentos categóricos e evidências permanentes.
A maior crise social tem a ver com a crise pessoal e identitária. Queremos ser o que os outros querem que sejamos. Certamente isso gera uma esquizofrenia restrita, que poderá provocar danos a longo prazo. O caminho da felicidade e do bem-estar holístico, está estritamente ligado á base identitária. A reputação é o que outros pensam ao nosso respeito e o caráter é a essência mais elevada da construção real, que nos protege a todos os níveis.
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