“Jurisprudência” popular
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“Jurisprudência” popular

Segundo o último levantamento do afrobarometer publicado em Julho passado, dos eleitores que aprovam a governação do MpD, somente, 40% deles é que prometeram votar nesse partido caso as eleições ocorressem na data da inquirição e dos que reprovam a governação, 7% afirmam que votariam nesse partido. Concluindo, o potencial de voto para o MpD de acordo com esse quadro de avaliação de desempenho do seu governo nas duas legislaturas é muito baixo e com tendência declinante, apontando para uma grande probabilidade de derrota eleitoral no próximo ano a favor do PAICV.

O Governo do MpD (2016-2026) entrou na reta final do seu mandato que terminará nos primeiros meses de 2026 com um resultado geral muito negativo, segundo os dados do afrobarometer e há uma elevada probabilidade de mudança política, em 2026, para a oposição, PAICV:

1. Em 2025, a avaliação do desempenho do Governo do MpD atingiu o seu pior índice no período sob análise (2017-2025) quando os eleitores que afirmam desaprovar (41,5%) o Governo superaram aqueles que o aprovam (41,1%).

2. O MpD chegara ao poder em 2016 com mais de 122.000 votos dos eleitores, elege 40 deputados e no mesmo ano conquista 20 das 22 Câmaras Municipais.

3. Oito anos depois, em 2024, só obteve cerca de 71.000 nas eleições municipais – perdendo mais de 51.000 mil votos, relativamente, a 2016, e sofre a maior hecatombe autárquica de sempre com a derrota em 15  das 22 Câmaras Municipais para o PAICV.

4. Em 2021, o MpD nas eleições Legislativas tinha perdido mais de 12.000 votos e menos dois deputados do que tinha obtido em 2016 e, seis meses depois, seu candidato apoiado às eleições presidenciais, Carlos Veiga, sofre uma derrota na primeira volta para o candidato apoiado pelo PAICV, José Maria Neves.

5. Na avaliação do desempenho do Governo de Ulisses Correia e Silva, no primeiro ano de seu mandato, em 2017, foi aprovado por 76,6% do eleitorado e apenas 9,4% dos inquiridos é que afirmaram que reprovavam a sua governação.

6. Em 2022, os inquiridos começam a irritar com a governação do MpD e os que afirmavam que aprovavam o seu governo cai de 76,6% para 60% dos eleitores, de um lado e, de outro lado, subia para 38% aqueles que reprovavam a sua governação.

7. Dois anos depois, em 2024, a paciência dos eleitores chegou ao fim e a aprovação passa a ser negativa (abaixo de 50%), pela primeira vez no período das duas legislaturas: a avaliação do governo despenca para 47,2% dos que admitem que o desempenho do governo é positivo enquanto sobe para 39% o percentual dos inquiridos que reprovam a governação de UCS.

8. Comparando as avaliações de desempenho do PAICV (2001-2016) com o MpD (2016-2026) no final dos respectivos mandatos temos o seguinte:

8.1. A última avaliação do governo do PAICV, em 2014, sinalizava 58,3% de inquiridos lhe atribuía avaliação positiva e 29,3% reprovava a sua governação;

8.2. Em 2025, nas vésperas do fim do mandato do MpD, 41,1% de eleitores lhe dá nota positiva e 41,5% deles lhe reprova.

8.3. O PAICV perdeu a eleição, em 2016, com uma taxa de aprovação (58,3%) superior à do MpD atual (41,1%) e índice de desaprovação mais baixo (29,3%) do que aquele apresentado pelo MpD agora (41,5%).

9. O destino já está traçado: há uma “jurisprudência” popular a ser invocada - se o povo castigou o PAICV, em 2016, por apresentar índices de desempenho baixo, por maioria de razão se espera que volte a fazer o mesmo com o MpD cujos índices são ainda muito piores!!!

10. Segundo o último levantamento do afrobarometer publicado em Julho passado, dos eleitores que aprovam a governação do MpD, somente, 40% deles é que prometeram votar nesse partido caso as eleições ocorressem na data da inquirição e dos que reprovam a governação, 7% afirmam que votariam nesse partido.

Concluindo, o potencial de voto para o MpD de acordo com esse quadro de avaliação de desempenho do seu governo nas duas legislaturas é muito baixo e com tendência declinante, apontando para uma grande probabilidade de derrota eleitoral no próximo ano a favor do PAICV.

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Comentários

  • Casimiro Centeio, 30 de Set de 2025

    Caro Amigo, Silvestre, primero, PARABÉNS pela análise apresentada. Segundo, queria dizer que a mesma se refere , certamente , a periodos antes dos apagões, de abastecimento de água e do caos nos transportes aéreos e marítimos e que, fosse hoje, o resultado seria mais desastroso para o Mpd.

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